São Paulo, SP – A guerra da Ucrânia já levou ao deslocamento de mais de 1 milhão de refugiados apenas oito dias após o início da campanha militar da Rússia. O número foi divulgado pelo Acnur, a agência da ONU para refugiados. Até esta quinta-feira (3), a base de dados da organização marcava 1.045.459 pessoas fugindo da Ucrânia, no que a agência de notícias Associated Press chamou de "o êxodo de refugiados mais rápido do século". Para efeito de comparação, a quantidade de deslocados equivale à população de capitais brasileiras como Maceió e Campo Grande. Também corresponde a pouco mais de 2% de toda a população ucraniana. Cerca de 200 mil novos refugiados foram registrados pelo Acnur somente nesta quarta-feira (2). A base de dados da agência é atualizada todos os dias pela manhã desde o último dia 24 de fevereiro -no primeiro dia de conflito, diga-se, a ONU e a Comissão Europeia contaram entre 100 mil e 120 mil pessoas deslocadas. "É hora de as armas silenciarem para que a assistência humanitária possa ser providenciada na Ucrânia", escreveu Filippo Grandi, alto comissário da Acnur, nas redes sociais. Aproximadamente meio milhão de pessoas se deslocaram à Polônia, de longe o país que mais vem acolhendo refugiados do conflito. Varsóvia compartilha mais de 500 quilômetros de fronteira com Kiev. A Hungria vem atrás, com 116 mil, seguida de outros países vizinhos, como Moldova, Eslováquia e Romênia. Há também 47,8 mil que se deslocaram à Rússia. Diante das milhares de pessoas cruzando todos os dias as fronteiras ucranianas, os países da União Europeia chegaram nesta quinta a um acordo para conceder proteção temporária aos refugiados da guerra e seus familiares. Eles terão o direito de permanecer e trabalhar nos países do bloco por até três anos. Além de ucranianos, a medida se estende a estrangeiros que têm status de refugiado em Kiev e a estrangeiros com certificado de residência, mas deixa de fora pessoas que não são ucranianas e estavam estudando ou trabalhando temporariamente no país.