Enviado da ONU diz que ofensiva israelense em Jenin � vergonhosa
Jerusalém e Washington O enviado da ONU para o Oriente Médio, Terje Roed-Larsen, acusou ontem o Exército israelense de usar métodos moralmente repugnantes durante a ofensiva contra o campo de refugiados de Jenin, no que ficará conhecido como um capí
Por | Edição do dia 19/04/2002 - Matéria atualizada em 19/04/2002 às 00h00
Jerusalém e Washington O enviado da ONU para o Oriente Médio, Terje Roed-Larsen, acusou ontem o Exército israelense de usar métodos moralmente repugnantes durante a ofensiva contra o campo de refugiados de Jenin, no que ficará conhecido como um capítulo vergonhoso na história do país. Mas um porta-voz das forças militares de Israel descreveu o Exército como extremamente humano e disse que a operação em Jenin uma grande batalha de 21 dias durante a ofensiva na Cisjordânia conseguiu impedir uma iminente série de atentados palestinos contra civis israelenses. Testemunhas disseram que os tanques e as tropas deixaram o campo e a cidade de Jenin ontem, mas atiradores ficaram nas cercanias do local monitorando uma área onde palestinos entraram em confronto com tropas israelenses. Larsen, que esteve no campo de Jenin, disse à Rádio Israel que o local estava completamente destruído e que lembrava a cena de um terremoto. Este é um capítulo triste e vergonhoso da história do Estado de Israel, disse. Não é apenas o que se vê, mas o odor do local. O odor é de corpos em decomposição, o cheiro está por todo lugar. Larsen disse que havia um sofrimento em massa entre a população civil. Ele afirmou que os grupos internacionais de ajuda humanitária não conseguiram acesso ao local, o que poderia ter salvado vidas, e que Israel tem que permitir que os comboios com comida entrem no campo. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, fez ontem um discurso em que parece retroceder em sua posição quanto ao Oriente Médio, após uma reunião com o secretário de Estado Colin Powell, que acaba de voltar da região. Bush reafirmou que as tropas israelenses devem sair das cidades palestinas ocupadas, mas disse entender a ocupação de Ramallah onde o líder Iasser Arafat está preso e Belém onde palestinos estão cercados na igreja da Natividade desde 1º de abril.