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Nº 5865
Internacional

Milosevic chora e se rende ao Tribunal de Haia

Belgrado (Iugoslávia) – O general que comandou o Exército iugoslavo durante o regime de Slobodan Milosevic chorou, ontem, ao jurar solenemente que vai defender sua honra e inocência no tribunal da ONU em Haia, ao qual ele se apresentará na quinta. Dragolj

Por | Edição do dia 25/04/2002 - Matéria atualizada em 25/04/2002 às 00h00

Belgrado (Iugoslávia) – O general que comandou o Exército iugoslavo durante o regime de Slobodan Milosevic chorou, ontem, ao jurar solenemente que vai defender sua honra e inocência no tribunal da ONU em Haia, ao qual ele se apresentará na quinta. Dragoljub Ojdanic, 61, é acusado de comandar atrocidades contra os albaneses de Kosovo. Ele chamou a imprensa à sua casa, em Belgrado, para dizer que não pretende incriminar Milosevic “e nem teria nada para dizer contra ele”. O ex-general apareceu com os dois netos no colo e disse: “Desejo que eles nunca se tornem soldados”. Mas afirmou que mantém a consciência limpa ao fazer o balanço de sua carreira militar, que durou 41 anos. Ojdanic admitiu que alguns soldados sob suas ordens podem ter cometido crimes, mas que no geral o comportamento do Exército iugoslavo em Kosovo foi legal. “As acusações contra a minha pessoa são infundadas”, frisou. O militar disse que decidiu se entregar a Haia por respeito à lei, mas considerou “vergonhoso que um Estado e o povo de um Estado enviem seu general a outro lugar, para ser julgado por outros”. Ojdanic é um dos seis iugoslavos que acataram uma nova lei iugoslava de cooperação com o tribunal da ONU. Outros 17 se recusaram. “Vou a Haia primariamente para defender a honra do Exército iugoslavo e provar que sou inocente”, disse Ojdanic. “Sou obrigado a fazê-lo não só pela lei, mas também pelos cidadãos da Iugoslávia que atenderam ao chamado para defender o país, muitos dos quais perderam a vida ou ficaram inválidos.” Ele disse que o tribunal de Haia é uma realidade que deve ser encarada pela Sérvia. “Com este ato, quero fazer minha modesta contribuição pelo fim do isolamento do meu país e das sanções que ainda existem.”

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