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Nº 5897
Internacional O incidente ocorreu perto das ilhas Paracel, no mar do Sul da China, um dos pontos de maior tensão

CHINA ENFRENTA NAVIO DE GUERRA DOS ESTADOS UNIDOS NO PACÍFICO

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Por IGOR GIELOW | Edição do dia 24/03/2023 - Matéria atualizada em 24/03/2023 às 04h00

São Paulo, SP – Em mais um episódio de atrito entre as potências antagonistas da Guerra Fria 2.0, a China afirmou nesta quinta (23) ter afastado um destróier americano de águas que considera territoriais. O incidente ocorreu perto das ilhas Paracel, no mar do Sul da China, um dos pontos de maior tensão entre a ditadura comunista e seus vizinhos, no Pacífico Ocidental. Pequim considera cerca de 85% da região sua e militarizou diversas ilhotas, recifes e atóis a partir de 2014 para asseverar tal controle. Segundo o Comando do Teatro Meridional das Forças Armadas chinesas, o navio de guerra USS Milius invadiu suas águas em torno das ilhas e foi afastado, embora não tenham sido dados detalhes de como isso teria ocorrido. A 7ª Frota da Marinha dos EUA, responsável pelo navio, disse que não houve nem intrusão, nem expulsão. Sobre o primeiro ponto, repetiu em comunicado o argumento usual dos americanos na região. "Os EUA vão continuar a voar, navegar e operar em qualquer lugar permitido pela lei internacional", disse a nota. O USS Milius é 1 dos 70 destróieres da classe Arleigh Burke, o cavalo de força da Marinha americana, capaz de disparar mísseis de cruzeiro e de defesa antiaérea. A China opera 42 navios semelhantes, com graus diferentes de sofisticação. O episódio ocorre um dia depois de o líder chinês, Xi Jinping, ter encerrado uma visita de três dias a Vladimir Putin, o presidente russo que invadiu a Ucrânia em 2022. O alinhamento entre Moscou e Pequim no contexto da Guerra Fria 2.0 entre chineses e americanos foi selado 20 dias antes da guerra, em fevereiro do ano passado, e reafirmado agora. Os EUA e a Ucrânia consideram, assim, a China parcial em sua tentativa de mediar o conflito. Nesta quinta, contudo, o premiê espanhol Pedro Sanchéz aceitou um convite de Xi para visitá-lo na semana que vem, após a viagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Pequim. A chancelaria disse que eles discutirão a proposta de paz chinesa –o país europeu é integrante da Otan, o clube militar liderado por Washington. A visita de Xi ocorreu logo depois de o Tribunal Penal Internacional emitir uma ordem de prisão contra Putin por crimes de guerra. Nem Rússia, nem China, EUA ou Ucrânia reconhecem a corte, mas o mal-estar prossegue. Nesta quinta, o ex-presidente Dmitri Medvedev disse que uma eventual prisão de Putin equivaleria a uma declaração de guerra, dando como exemplo "usar todos nosso mísseis contra o Bundestag", o Parlamento alemão, se hipoteticamente Berlim cumprisse a ordem. Porta-voz da linha-dura radical do governo, Medvedev já havia ameaçado bombardear o tribunal em Haia (Holanda).

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