Tropas ficam mais seis meses no Haiti
| Folha Online Com agências internacionais O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) renovou por unanimidade ontem o mandato da força de paz da ONU no Haiti por pelo menos mais seis meses. O conselho de 15 membros adotou a resolu
Por | Edição do dia 15/02/2006 - Matéria atualizada em 15/02/2006 às 00h00
| Folha Online Com agências internacionais O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) renovou por unanimidade ontem o mandato da força de paz da ONU no Haiti por pelo menos mais seis meses. O conselho de 15 membros adotou a resolução proposta pela Argentina que estende o mandato da Minustah (Missão das Nações Unidas de Estabilização do Haiti) até 15 de agosto com a intenção de renovar por mais períodos. A Minustah, que foi estabelecida em 2004 e está sob comando do Brasil, é formada por 7.500 soldados, entre eles mais de 1.200 brasileiros. O conselho havia estendido o mandato no ano passado até 15 de fevereiro. Apesar de as eleições presidencial e legislativa terem sido realizadas na terça-feira (7) em meio a um clima de relativa tranqüilidade, as Nações Unidas temem uma retirada precipitada, já que a segurança no país continua sendo muito precária, particularmente na capital, Porto Príncipe. A resolução congratula os haitianos pelo sucesso no primeiro turno das eleições e expressa o total apoio aos esforços da Minustah em continuar ajudando as autoridades do país a garantir a segurança e a estabilidade após as eleições. ERROS GROSSEIROS O candidato que lidera a disputa pela Presidência do Haiti, o ex-presidente René Préval, afirmou ontem que ocorreram erros grosseiros e provavelmente uma gigantesca fraude nas eleições do dia 7 de fevereiro. Eleitores de Préval têm protestado contra os resultados parciais da apuração dos votos desde o final da semana passada, quando os números mostraram o ex-presidente abaixo da marca de 50%, o que levaria o pleito para um segundo turno. Nós queremos que o desejo do povo do Haiti seja respeitado, afirmou Préval em uma entrevista coletiva. Préval, ex-aliado do presidente deposto Jean-Bertrand Aristide, deu as declarações após retornar a Porto Príncipe em meio a violentos protestos de seus partidários, que acusam as autoridades de manipular os votos a fim de evitar que ele vença no primeiro turno. Ontem, uma pessoa morreu e várias pessoas ficaram feridas em um tiroteio na capital. Nós estamos preocupados com a situação nas ruas, onde tem ocorrido atos violentos, afirmou o candidato depois de chegar de sua propriedade no interior do país.