FELIZ SEMESTRE NOVO
Alagoanas relembram planos feitos no começo do ano e especialista dá dicas para traçar novos objetivos
Por MAYLSON HONORATO EDITOR DA REVISTA MARÉ E THAUANE RODRIGUES* ESTAGIÁRIA | Edição do dia 02/07/2022 - Matéria atualizada em 02/07/2022 às 04h00
Quando o final do ano chega é aquela correria para fazer planos e começar o ano com o pé direito. As coisas, claro, nem sempre saem como planejadas. Agora, com o fim do primeiro semestre, quem aí tem coragem de pegar o planner e verificar o que já foi realizado nos primeiros seis meses de 2022? Não cumpriu as resoluções, os planos mudaram? Calma, tem jeito para tudo e ainda temos mais seis meses pela frente.
No começo do ano, as metas mais mencionadas pelos alagoanos foram as relacionadas com a saúde mental, financeira, emagrecimento e viagens, além, claro, da famosa meta de juntar mais dinheiro. Teve quem usasse um caderninho para anotar, outros guardaram na memória. O problema é quando os planos e objetivos ficam esquecidos por lá.
Segundo um estudo do Statistic Brain Research Institute, 50% das pessoas que fazem planos no final do ano mudam de ideia já em janeiro, e 27% nem esperam a virada e já desistem das promessas no final de dezembro. A pesquisa também aponta que a desistência muitas vezes acontece devido a falta de um bom planejamento, causando em muitos um sentimento de culpa e frustração.
A psicóloga Laurianny Cavalcante (CRP 15.6340) explica que, para evitar traumas e frustrações, é aconselhado que as metas sejam criadas em três etapas: curto, médio e longo prazo.
“A partir das etapas é possível ir adequando as características específicas de cada meta e dessa forma conseguir atender o que foi idealizado. Quanto maior organização e empenho, maior a chance de assertividade, por isso a importância de estudar bem as metas e colocar características possíveis para ser alcançada”, disse ela.
E AÍ, QUAIS SÃO SEUS PLANOS?
Tracy Castro, Bacharel em Direito, conta que o planejamento só virou realidade em sua rotina quando começou a trabalhar.
“Desde que comecei a trabalhar, comecei também a criar, não só metas, como objetivos. Seja de algo que queria comprar, uma coisa mínima, ou de algo que desejava realizar como uma viagem. É com essa organização que consigo realizar e ter um planejamento principalmente das metas que dependem do financeiro”, contou ela.
Mas seguir o planejado nem sempre é fácil, afinal, as surpresas da vida estão sempre aparecendo e nos obrigam a recalcular a rota. Seja mudando o prazo da meta, repaginando ou simplesmente excluindo ela da lista, caso não faça mais sentido.
É o que conta a servidora pública Manoela de Siqueira. Para ela, as metas são importantes para estimular as ações, mas, mesmo com dedicação diária, às vezes a vida prega algumas peças.
“O ideal para esses obstáculos que aparecem é restabelecer as metas, ajustar os prazos e ver o que dá pra ser feito. É importante entender que o inesperado também pode acontecer e que faz parte, foge do nosso controle”, diz ela.
“O segredo é não desistir e aprender a lidar com a frustração, refazendo a rota, reajustando os planos e seguindo em frente. Nem sempre tudo sai como o nosso planejado, mas tudo é possível de ser replanejado”, completou.
DE REPENTE, MÃE
A dançarina Luh Turbantes, acostumada com a rotina incerta da vida de artista, descobriu uma gestação já em estágio avançado e teve que realinhar seus planos.
“Minha gestação me pegou de surpresa, principalmente por já ter descoberto com sete meses. Estava cheia de compromissos religiosos e planos para minha vida profissional. De um dia para o outro tive que reavaliar tudo que vinha planejando desde quando a pandemia deu uma melhorada, afinal, daqui a pouco meu filho vem ao mundo e eu estava cheia de coisas dele para resolver”, contou Luh.
“Hoje, venho tentando adaptar meus projetos profissionais à chegada do Ayan. Ele chega em julho, um mês muito importante para mim religiosamente falando e profissionalmente também, é o mês das mulheres pretas e, neste ano, terei que conciliar as atividades religiosas e profissionais com a vida de mãe de um recém-nascido”.
A psicóloga Laurianny diz que aceitar as mudanças impostas pela vida é o segredo. Ela enfatiza que é necessário identificar até onde uma meta está fazendo bem ou mal.
“O autoconhecimento nos leva a entender os limites de como agir e lidar com as nossas frustrações. Para que a frustração não desencadeie uma série de emoções ligadas ao fracasso, as metas não devem estar limitando o campo de visão e aprisionando em um padrão de comportamento. Nosso limite sempre será quando não enxergamos outras oportunidades”, explicou.
FOCO PARA CONCLUIR
Tracy Castro conta que só foi possível colocar um ‘ok’ em alguns itens da lista de objetivos mantendo o foco diário.
“Este ano eu já consegui alcançar algumas metas, como: contas em dia, organização no trabalho, ter um novo hobby, procrastinar menos. Uma das principais metas já realizada esse ano foi uma viagem em família”, disse ela.
Manoela de Siqueira diz que recalculou a rota e, assim, conseguiu alcançar um dos objetivos feitos lá em janeiro. “Tenho alguns planos fora de rota, mas já remanejei as possibilidades, os prazos e estou ajustando. Esse ano também me especializei em Direito Público, uma meta estabelecida ano passado que consegui concluir recentemente”, contou Manoela.
*Sob supervisão da editoria da Revista Maré.