Jader tenta suspender bloqueio de bens avaliados em R$ 2,6 mi
Belém Os advogados do ex-senador Jader Barbalho (PMDB-PA) entraram ontem com recurso na 2ª Vara da Justiça Federal do Tocantins para suspender o bloqueio do bens do ex-presidente do Senado Federal. Caso o recurso não seja aceito, um interventor ser
Por | Edição do dia 13/03/2002 - Matéria atualizada em 13/03/2002 às 00h00
Belém Os advogados do ex-senador Jader Barbalho (PMDB-PA) entraram ontem com recurso na 2ª Vara da Justiça Federal do Tocantins para suspender o bloqueio do bens do ex-presidente do Senado Federal. Caso o recurso não seja aceito, um interventor será nomeado até o fim deste mês pela Justiça Federal para administrar a RBA (Rede Brasil Amazônia), empresa de comunicação de propriedade da família Barbalho. O recurso será apreciado pelo Tribunal Regional Federal, em Brasília. Um interventor deve ser indicado pelo Ministério Público Federal, segundo a assessoria de imprensa da Justiça Federal do Tocantins. A rede de comunicação de Jader no Pará agrega uma televisão (retransmissora da Bandeirantes), duas rádios e um jornal impresso. A possibilidade de um interventor em suas empresas pode pôr em cheque a campanha do ex-senador para o governo paraense. A juíza Ednamar Silva Ramos decretou em 22 de fevereiro passado o seqüestro de bens móveis e imóveis do ex-presidente do Senado e de outras oito pessoas acusadas de fraudes na extinta Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia). A medida foi pedida pelo Ministério Público Federal com objetivo de garantir ressarcimento de recursos supostamente desviados da Sudam. Patrimônio O patrimônio de Jader é hoje avaliado em R$ 2,6 milhões, segundo suas declarações de Imposto de Renda. Os advogados de Jader vão pedir no recurso à Justiça que ele fique como fiel depositário de seus bens, bloqueados pela Justiça Federal do Tocantins. O advogado Edson Almeida argumenta que Jader tem outros sócios na empresa que não podem ser prejudicados pela decisão da Justiça Federal. A decisão de bloqueio dos bens é absurda. Ele (Jader) tem sócios e esta decisão vai prejudicar terceiros. Caso não seja suspenso o bloqueio, vamos recorrer no Supremo Tribunal Federal, disse Almeida. Os advogados de Jader também alegam que todos os atos praticados pela Justiça Federal em Tocantins são nulos porque a competência para analisar o caso seria do Supremo Tribunal Federal (STF) devido ao suposto envolvimento do deputado José Priante (PMDB-PA) nas irregularidades. Priante, que é sobrinho de Jader, nega o envolvimento nas fraudes da Sudam. Além do bloqueio dos bens, a juíza Ednamar Ramos também pediu ao Banco Central que passe circular para diversas instituições financeiras ordenando o bloqueio de toda e qualquer operação bancária de Jader e de outros acusados nas fraudes da Sudam.