O México concedeu ontem asilo político ao ex-presidente da Bolívia Evo Morales. Por meio de sua conta na rede social Twitter, o chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, confirmou a informação. O líder boliviano renunciou ao cargo domingo (10) após uma onda de protestos que já durava 21 dias. “Faremos valer o direito de asilo que o México sempre promoveu e exerceu em diferentes circunstâncias históricas que caracterizam nossa política externa”, destacou nota divulgada pelo governo mexicano.
VAZIO DE PODER
A Bolívia acordou ontem sem governante. Além do presidente Evo Morales, também renunciaram Álvaro García Linera, vice-presidente do país, Víctor Borda, presidente da Câmara de Deputados, e Adriana Salvatierra, presidente do Senado. Cabe agora ao Legislativo escolher um novo presidente do Senado, para que possa acatar a renúncia de Morales e dar início ao processo de novas eleições. A carta de renúncia de Evo, que anunciou a saída do cargo neste domingo (10), pressionado por intensos protestos e pelas Forças Armadas do país, chegou à Assembleia Nacional às 13h (14h em Brasília), segundo informou o deputado Wilson Santamaría. Havia expectativa de que os parlamentares dessem sequência ao processo -é preciso validar quem será o novo presidente e definir os próximos passos para a sucessão. Por enquanto, o país segue acéfalo. Mas a chegada dos grupos pró-Evo ao centro da cidade fez com que a segunda vice-presidente do Senado, Jeanine Áñez, que seria a próxima na linha sucessória fosse retirada da Assembleia e levada a um local desconhecido.