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Nº 5868
Nacional

GOVERNO AVALIA QUARENTENA NO NE, ANÁPOLIS OU FLORIANÓPOLIS

Planalto enviará ao Congresso projeto com regras para isolamento de brasileiros que voltarem da China

Por G1 | Edição do dia 04/02/2020 - Matéria atualizada em 04/02/2020 às 06h00

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta segunda-feira (3), em entrevista à Rádio Gaúcha, que o governo avalia montar a quarentena para brasileiros que voltarem de Wuhan (China) em Anápolis (GO), Florianópolis ou em uma cidade do Nordeste. Segundo Onyx, no momento, a tendência é que seja na cidade goiana. O governo decidiu no fim de semana realizar uma operação para buscar os brasileiros que estão na cidade chinesa, origem do surto de coronavírus. De acordo com Onyx, deverão voltar ao país cerca de 30 a 40 pessoas. Ao chegarem ao Brasil, elas deverão ficar em quarentena, em um local que ainda vai ser definido pelo governo. Onyx informou que Anápolis é uma opção viável por já ter tido uma experiência semelhante, na década de 1980, quando houve uma contaminação com o elemento químico Césio em Goiânia, cidade vizinha.

“Há uma sinalização muito forte para Anápolis, porque no período do Césio, lá atrás, foi uma área militar que trabalhou com essa coisa do isolamento, que é importante para não permitir eventualmente um escape de vírus. Eles já têm uma bagagem nessa área, mas não há nada definido”, disse o ministro.

“Uma das hipóteses é Florianópolis, que tem uma base que teria condição de fazer isolamento. Dentre outras alternativas, tem alternativas no Nordeste também. Isso ainda está em análise do Ministério da Defesa”, completou Onyx.

Segundo o ministro, o governo acertou com o governo de Israel para que sejam feitas no país, na ida e na volta, as paradas técnicas do avião que buscará os brasileiros na China. O ministro acredita que seja possível enviar o avião no máximo na terça-feira (5), com retorno no final da semana.

“A tendência é no máximo amanhã [terça] essa aeronave sair do Brasil para ir buscá-los e deve estar de volta até quinta-feira ou no máximo sexta pela manhã”, disse. A situação dos brasileiros egressos de Wuhan é o tema de uma reunião entre ministros no Palácio do Planalto nesta segunda.

LEI DE QUARENTENA

De acordo com Onyx, o país precisa de uma lei de quarentena para definir as regras de como deverão ser tratados os brasileiros que voltarem de Wuhan. Ele afirmou que o texto deve ser enviado ao Congresso ainda nesta segunda. “Nós precisamos fazer uma coisa para cobrir uma lacuna que o Brasil tem: por incrível que pareça, o Brasil não tem uma lei de quarentena sanitária”, disse. Onyx informou que as regras devem ser estabelecidas por meio de uma medida provisória. “Dá entrada ainda hoje [segunda] no Congresso Nacional. E amanhã [terça-feira] deve ser votada na Câmara, em regime de urgência, e quarta-feira no Senado, de tal forma que entre a ida da equipe para buscar e a chegada das pessoas ao Brasil, o Brasil já tenha uma legislação específica de quarentena sanitária, como maior parte dos países do mundo tem”, explicou o ministro.

AVIÃO FRETADO

No fim da tarde, o ministro voltou a falar com a imprensa, e disse que o governo abriu uma licitação para contratar um avião com a finalidade de buscar os brasileiros na China. “Abrimos uma licitação, vamos aguardar as propostas, a licitação para o avião que vai buscar essas pessoas lá. Nesse meio tempo, nós estamos, através da embaixada na China, identificando cada uma das pessoas que devem vir ao Brasil. Elas vão ter que voluntariamente assinar um documento para se comprometer de, chegando aqui no Brasil, fazer a quarentena”. Onyx afirmou, ainda, que o Brasil só trará pessoas assintomáticas. “É fundamental ser dito que não virá para o Brasil nenhuma pessoa que tenha qualquer suspeita. Irá uma equipe médica que vai fazer os exames. As pessoas que virão para o Brasil são pessoas assintomáticas”, declarou Onyx. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, informou que o governo definiu em 18 dias o período de quarentena pelo qual passarão os brasileiros que retornarão da China. Eles deverão ficar em alojamentos individuais.

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