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CORONAVÍRUS: EXAME EM BRASILEIRoS VINDOS DE WUHAN DÁ NEGATIVO
Amostras foram coletadas logo após a chegada do grupo à area de quarentena em Anápolis
Por Folhapres | Edição do dia 12/02/2020 - Matéria atualizada em 12/02/2020 às 06h00
Resultado dos primeiros exames feitos em 34 brasileiros e parentes chineses que chegaram de Wuhan, epicentro da epidemia do novo coronavírus na China, deram negativo para uma possível infecção. Além deles, o Ministério da Saúde também coletou amostras respiratórias de 24 tripulantes e médicos que participaram da operação montada para trazer o grupo de volta ao Brasil. Todos tiveram resultado negativo. O anúncio foi feito nesta terça-feira (11) pelo Ministério da Saúde. Segundo a pasta, as amostras foram coletadas no domingo (9) logo após a chegada a área de quarentena em Anápolis (GO), e enviadas para exames de RT-PCR no laboratório central de Goiás. Questionado se o resultado poderá reduzir o tempo de quarentena, previsto inicialmente para 18 dias, o ministério não respondeu. Segundo a pasta, novas medidas devem ser divulgadas pelo Ministério da Defesa, que coordena a quarentena em Anápolis (GO). Na segunda-feira (10), porém, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que o governo avaliava a possibilidade de enviar tripulantes e parte da equipe médica para quarentena domiciliar. A medida ocorre devido à análise de que a equipe ficou poucas horas em área de risco e fez uso de equipamentos de proteção durante a viagem, como óculos, luvas, máscaras e roupas impermeáveis, o que dificultaria o contato com o vírus. Com isso, o grupo poderia ser liberado. “Esse exame foi específico para o novo coronavírus. Por precaução, decidimos testar todo mundo e mantê-los em quarentena, mas todas as pessoas [que atuaram na operação] usaram EPIs [equipamentos de proteção individual]. O Ministério da Defesa vai avaliar as próximas etapas”, disse o diretor do departamento de doenças transmissíveis do ministério, Julio Croda. “Mas existe uma grande probabilidade desses profissionais que usaram EPIs terem alguma progressão em relação a quarentena ou outra liberação específica”, completou. Já os 34 brasileiros e parentes chineses ainda ficariam em quarentena e teriam novas amostras coletadas para exames no 14º dia de isolamento. O prazo equivale ao período máximo observado de incubação do vírus, ou seja, o tempo entre a infecção e o desenvolvimento de sintomas. O ministério definiu a quarentena de 18 dias para que fosse possível completar as análises. Segundo médicos consultados pela reportagem, a manutenção dos brasileiros em quarentena na base aérea ainda ocorreria para evitar que tenha havido uma infecção não detectada enquanto estavam em Wuhan, o que poderia ser verificado no próximo exame. Além dos exames negativos, balanço divulgado pela pasta nesta terça mostra que, até o momento, o Brasil não teve nenhum caso confirmado do novo coronavírus. Ao mesmo tempo, a pasta ainda investiga oito casos de suspeita de infecção pelo vírus. Desses, três são de pacientes atendidos em São Paulo e dois no Rio de Janeiro. Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná avaliam um caso cada. Os números têm sido atualizados diariamente. Outros 33 casos que já foram considerados suspeitos foram descartados após exames. A maioria tem apontado para infecções por diferentes tipos de vírus da gripe, em especial o influenza B. O Ministério da Saúde informou hoje (11) que investiga oito casos que se enquadram na definição de infecção por coronavírus no país. Os casos estão distribuídos nos seguintes estados: Minas Gerais (um), Paraná (um), Rio de Janeiro (dois), Rio Grande do Sul (um), São Paulo (três). De acordo com os dados mais recentes do Centro de Operação de Emergência em Saúde Pública, os casos descartados para investigação de possível infecção humana pelo novo coronavírus aumentou de 32, na segunda-feira (10), para 33, nesta terça-feira (11). Todas as notificações foram recebidas, avaliadas e discutidas com especialistas do Ministério da Saúde, caso a caso, junto com as autoridades de saúde dos estados e municípios.