MST questiona ju�za do caso Eldorado do Caraj�s
Belém O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) pediu ontem a suspeição da juíza Eva do Amaral Coelho, responsável pelo julgamento do massacre de Eldorado do Carajás. O movimento divulgou nota onde acusa a juíza de ter visíveis tendências
Por | Edição do dia 03/04/2002 - Matéria atualizada em 03/04/2002 às 00h00
Belém O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) pediu ontem a suspeição da juíza Eva do Amaral Coelho, responsável pelo julgamento do massacre de Eldorado do Carajás. O movimento divulgou nota onde acusa a juíza de ter visíveis tendências políticas contrárias ao MST. A direção do movimento também pôs em suspeita a escolha dos 21 jurados do caso. O julgamento dos 149 policiais militares acusados da morte de 19 sem-terra no massacre de Eldorado dos Carajás está marcado para começar na próxima segunda-feira, em Belém. A direção do movimento aponta como suspeito o fato de 20 dos 21 jurados trabalharem em órgãos estaduais, como na Assembléia Legislativa do Pará e na Prodepa, órgão estadual de processamento de dados. De acordo com nota do MST, esse tipo de escolha (dos jurados) limita a banca de jurados a uma visão unilateral do processo, uma vez que os eleitos não representam a pluralidade da opinião pública do Estado, apresentando na maioria das vezes um posicionamento contrário aos camponeses. Segundo o MST, a juíza teria demonstrado imparcialidade ao negar que a acusação utilizasse o laudo técnico do perito Ricardo Molina, que aponta que a PM atirou primeiro. No entanto, desembargadores do Tribunal de Justiça (TJ) decidiram anteontem que o laudo poderá ser usado como prova. O MST também acusou a juíza Eva do Amaral Coelho de ter feito declarações contrárias ao movimento, comprovando a existência de um pré-julgamento do caso.