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Nº 5897
Nacional A mudança do nome do vírus da varíola dos macacos já era discutida dentro e fora da organização

OMS confirma Mpox como novo nome da varíola dos macacos

Organização diz que o novo nome deve ser utilizado de forma simultânea a monkeypox por um ano

Por Folhapress | Edição do dia 29/11/2022 - Matéria atualizada em 29/11/2022 às 04h00

São Paulo, SP – A OMS confirmou nesta segunda-feira (28) que Mpox será o novo nome para designar a varíola dos macacos. Na última quarta (23), um diretor da organização, Lawrence Gostin, havia postado no Twitter que a instituição iria adotar a nova nomenclatura, mas somente agora a OMS se posicionou oficialmente. O novo nome deve ser utilizado de forma simultânea a monkeypox -nome original em inglês para a varíola dos macacos- por um ano. A nomenclatura mais recente, no entanto, vai ter preferência. “Isso serve para atenuar as preocupações levantadas por especialistas sobre a confusão causada por uma mudança de nome em meio a um surto global”, explicou a OMS de por que manter o termo original da doença. A mudança do nome do vírus já era discutida dentro e fora da organização. Em meados de junho, o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou publicamente o desejo de alterar a denominação -uma consulta até mesmo foi aberta para a população propor novas possibilidades de nomenclatura. Nesta segunda, a OMS afirmou que o processo de alteração contou com a consulta a especialistas de 45 países. Uma das preocupações foi de o novo termo ter uma fácil utilização em outras línguas -Mpox tem maior facilidade de ser adotado em diferentes idiomas. O termo “monkeypox” foi empregado em 1958 quando houve a primeira documentação do patógeno em primatas levados da África para a Dinamarca. É daí que vem o nome varíola dos macacos. Mas pesquisas já indicam que esses animais não são os reservatórios naturais do patógeno. Além disso, o nome pode gerar confusões ao se pensar que a principal forma de transmissão da doença no surto atual ocorreria diretamente dos animais para humanos, podendo gerar casos de ataques aos animais. Na realidade, a disseminação atual acontece principalmente pelo contato direto com pessoas infectadas. Um exemplo do equívoco gerado pelo nome foi de cinco macacos achados mortos e outros três resgatados com sinais de intoxicação no começo de agosto em São José do Rio Preto, interior paulista. Suspeita-se que os animais tenham sido atacados pela população devido a casos da doença. Naquele momento, o assunto ganhou repercussão mundial, chegando à própria OMS. Ainda em agosto, a epidemiologista Margaret Harris, porta-voz da entidade, condenou a violência contra os animais e reiterou a intenção de encontrar um nome melhor para o vírus. Também em agosto, a OMS já tinha alterado os nomes de grupos e subgrupos do vírus com base em revisões feitas por especialistas em virologia e biologia evolutiva. No momento, existem dois grupos documentados do patógeno. Eles são endêmicos (quando se tem um estágio de convivência com o vírus, com número estável de casos e mortes) em duas regiões da África: no oeste do continente e na região central. Até então, essas localidades eram utilizadas para se referir a dois clados (ou grupos) do vírus.

Com a alteração divulgada em agosto, o grupo do oeste africano passou a ser chamado de Clado I e aquele da região central do continente foi nomeado como Clado II. A mudança gera um padrão em que grupos do vírus devem ser referidos com algarismos romanos.

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