Em um despacho de apenas duas linhas, o vice-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Adalberto Denser de Sá, negou ontem o pedido de liminar apresentado pela defesa do líder do MST José Rainha Júnior. O agricultor está detido na cadeia do município de Presidente Venceslau desde o dia 25 de abril acusado de porte ilegal de armas. Com a não concessão  da liminar, Rainha deve continuar preso até o julgamento do  mérito do pedido de habeas-corpus apresentado nesta manhã por seus advogados. Rainha já teve dois pedidos de liberdade provisória negados pela comarca do município de Teodoro Sampaio, onde tramita o processo contra ele. Na quarta-feira, devem ser ouvidas as testemunhas de acusação do caso. Em entrevista à reportagem, Rainha disse que sua prisão foi política e negou ser o dono da arma apreendida no carro em que estava durante uma blitz da Polícia Militar no município de Euclides da Cunha. O dono do carro, José Luiz Silva Santos, teria afirmado à PM ser o dono da espingarda calibre 12 encontrada no veículo, mas alterou seu depoimento na delegacia de polícia e disse que a arma pertencia a Rainha. Segundo o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Santos teria sido pressionado para alterar seu depoimento.