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domingo, 06/04/2025 | Ano | Nº 5939
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Opinião

A SAUDADE EM NOSSA VIDA

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Amanhã, estaremos comemorando o Dia da Saudade, este sentimento gostoso que aumenta em nossa vida à medida que vamos envelhecendo. A saudade é um registro fiel do passado. É a prova incontestável de tudo o que vivemos e que ficou impresso em nossa alma. Todos nós temos, em casa, objetos, fotografias, papéis que, ao tocá-los, ao vê-los, nos provocam uma imensa saudade de pedaços de nossa vida. Alguns, por algum motivo, não saem de perto de nós; outros são expostos, porque estão associados a lembranças de pessoas ou momentos vividos que nos tocaram bem de perto. E assim não conseguimos nos desvencilhar deles. É a saudade que não deixa que eles se separem de nós. São marcas eternas em nossa alma, cheias de saudades de momentos vividos. Diz o poeta: “Saudade, palavra doce que traduz tanto amargor/Saudade é como se fosse espinho cheirando a flor”. Na literatura, vemos que a saudade é tema de muitos escritores. Nosso conterrâneo Jorge de Lima teve, na recordação da sua infância, o estímulo para a criação dos seus grandes poemas. Nascido em União dos Palmares, ficava sempre a recordar a cheia do Rio Mundaú, a festa de Santa Madalena e as festas de Natal de toda a sua infância. Casimiro de Abreu versificou sua saudade da infância: “Oh! Que saudades que eu tenho/Da aurora da minha vida/Da minha infância querida/Que os anos não trazem mais”. Machado de Assis disse: “Guarda estes versos que escrevi chorando como um alívio da minha saudade”. Coelho Neto disse: “A casa da saudade chama-se memória; é uma cabana pequena a um canto do coração”. Na música, o rock brasileiro transformou a saudade em uma de suas bandeiras. Renato Russo cantou: “Essa saudade que eu sinto de tudo o que ainda não vi”. E Tom Jobim e Vinícius de Moraes compuseram: “Chega de saudade/A realidade é que sem ela não há paz”. Saudade rima com felicidade e eternidade. Pode ser uma saudade bem sentida, pode ser uma saudade dolorida, daquelas que nos aperta o coração. Como diz Pablo Neruda: “Saudade é sentir que existe o que não existe mais. Saudade é solidão acompanhada. Não ter por quem sentir saudades é passar pela vida e não viver”. Se há tantas e ao mesmo tempo imprecisas definições de saudade, resta-nos apenas cultivá-la com carinho, ouvindo música, olhando fotografias, recebendo a brisa da madrugada, recordando momentos que se foram.

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