O LIVRO
Comemoramos, sem muita festa, na última terça feira 23 de abril, o Dia Internacional do Livro e dos Direitos Autorais, data instituída pela Unesco, organismo da ONU, que promove a educação, a ciência e a cultura. Foi em 23 de abril de 1616 que faleceram
Por | Edição do dia 25/04/2013 - Matéria atualizada em 25/04/2013 às 00h00
Comemoramos, sem muita festa, na última terça feira 23 de abril, o Dia Internacional do Livro e dos Direitos Autorais, data instituída pela Unesco, organismo da ONU, que promove a educação, a ciência e a cultura. Foi em 23 de abril de 1616 que faleceram grandes nomes da literatura universal William Shakespeare, poeta e escritor inglês, tido por muitos como o maior dramaturgo de todos os tempos, e, Miguel de Cervantes, poeta e romancista espanhol, autor de Dom Quixote, avaliado como o mais importante romance já produzido. Portanto, essa data não foi escolhida sem razão, ela homenageia estes gênios da literatura, e por conseguinte o livro, instrumento fundamental para o desenvolvimento da educação, da cultura e da informação. Segundo a diretora geral da Unesco Irina Bokova, este dia propicia uma oportunidade para refletirmos juntos sobre maneiras de melhor disseminar a cultura da palavra escrita e de permitir que todos os indivíduos, homens, mulheres e crianças, tenham acesso a ela, por meio de programas de alfabetização e de apoio a carreiras em publicações, livrarias, bibliotecas e escolas. O exercício sistemático da leitura é imprescindível, através dessa prática aceleramos nossos conhecimentos, enriquecemos o vocabulário, desenvolvemos criatividade, aprendemos a raciocinar, adquirimos cultura e aperfeiçoamos nossa escrita. Os livros nos transportam para um mundo sem fronteiras, pelos ideais mágicos da ficção, nos identificamos com os personagens e os lugares do enredo, não existem limites para a imaginação. Um dado triste é que a nossa população lê muito pouco. Ao comparar o Brasil com o Uruguai, a Argentina e o Chile, verificamos que os livros são 20% em média mais caros aqui, que o analfabetismo é superior no Brasil, cerca de 15% contra 2%, 3% e 4% nos países citados respectivamente, e, que temos muito menos livrarias. Em 2011, Buenos Aires foi eleita pela Unesco a Capital Mundial da Leitura. Na cidade, existe uma livraria para cada 6 mil habitantes. A Unesco recomenda uma livraria para cada 10 mil, e aqui temos uma livraria para cada 70 mil. Urgem medidas emergenciais para alterar este quadro. Educação é a base de tudo. Medidas como a desoneração fiscal dos livros, criação de bibliotecas públicas em todos os municípios, formação de novos leitores com aulas de leitura obrigatórias no ensino básico, premiação dos melhores alunos e uma campanha nacional de doação de livros para as bibliotecas públicas com dedução no imposto de renda, seriam algumas formas para inverter essa dramática situação.