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Nº 5882
Opinião

UMA SEDE MAIS IMENSA QUE O OCEANO

“O desejo de Deus está inscrito no coração do homem” e manifesta-se como uma sede de plenitude, de vida, de sentido para a existência. Esse desejo medonho, irrefreável, inextinguível, presente em cada coração, crente ou descrente, não pode escamoteado, nã

Por | Edição do dia 10/11/2013 - Matéria atualizada em 10/11/2013 às 00h00

“O desejo de Deus está inscrito no coração do homem” e manifesta-se como uma sede de plenitude, de vida, de sentido para a existência. Esse desejo medonho, irrefreável, inextinguível, presente em cada coração, crente ou descrente, não pode escamoteado, não pode ser sufocado. Ele sempre se manifestará de algum modo... Para utilizar uma linguagem kantiana: trata-se de uma realidade transcendental em nós. Vivemos procurando uma realização em coisas, situações, pessoas. E tudo nos grita: “É mais além, é mais adiante!”. Nada nem ninguém nos preenche totalmente. O repouso do desejo saciado não se encontra neste mundo, não pode ser achado nas coisas, nas pessoas, nas situações, nas realizações... Deus nunca será uma realidade opcional para o homem: será sempre seu chão, seu horizonte, mesmo quando este tenta negá-Lo, amaldiçoá-Lo e gritar feito adolescente imaturo, que não precisa Dele! Deus será sempre o céu para o homem que a Ele se abra e o inferno para o que a Ele se feche visceralmente... “Esta união íntima e vital com Deus pode ser esquecida, ignorada e até rejeitada explicitamente”. Ainda assim, “se o homem pode esquecer ou rejeitar a Deus, este, de Sua parte, não cessa de chamar todo homem e procurá-lo, para que viva e encontre a felicidade”, isto é, o verdadeiro sentido da existência. E esse chamado silencioso, discreto, profundo, penetrante, cortante, que não deixa em paz os filhos dos homens! Chamado que é nosso tormento; chamado que é nossa maior dignidade! A questão é que buscar o Sentido, o Fundamento, o Donde e o Aonde de tudo e de nossa existência “exige do homem todo o esforço de sua inteligência, a retidão de sua vontade, um coração reto e também o testemunho dos outros, que o ensinam a procurar a Deus”. A procura de Deus é pessoal, mas nunca individual: a fé dos outros, a convivência com outros que creem sustentam e confirmam a minha fé pessoal! Também não se busca a Deus seguindo somente a razão: aí entram o afeto, a sensibilidade, o coração, pois Deus Se nos mostra batendo docemente à nossa porta e invadindo respeitosamente todos os espaços, capacidades e experiências de nossa existência. O encontro com o Santo, o Senhor, o Amigo, o Amante não se dá ao fim de um frio e presunçoso raciocínio, mas durante e ao fim de uma busca que envolve todos os níveis e setores da existência... Isto porque Ele é Tudo para nós e somente Nele encontramos o verdadeiro horizonte da nossa vida neste mundo. Simples assim, trágico assim, apaixonante assim!

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