app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5882
Opinião

ENGENHOS DE A��CAR

O período colonial do nosso país teve como fonte principal de riqueza a monocultura da cana-de-açúcar e como instrumentos rudimentares os tradicionais engenhos que se encarregavam de produzir produtos derivados dessa cultura. Inicialmente movidos pelo bra

Por | Edição do dia 15/11/2013 - Matéria atualizada em 15/11/2013 às 00h00

O período colonial do nosso país teve como fonte principal de riqueza a monocultura da cana-de-açúcar e como instrumentos rudimentares os tradicionais engenhos que se encarregavam de produzir produtos derivados dessa cultura. Inicialmente movidos pelo braço humano. Com a evolução dos tempos, passaram os mesmos a funcionar com o auxílio de animais, principalmente com a utilização da força provocada pelos bovinos e equinos. Mais tarde, eram utilizadas gigantes rodas de madeira ou até mesmo de ferro impulsionadas pela força d’água represada em açudes ou barragens. Hoje, os remanescentes funcionam através da força motriz, e, dificilmente, são encontrados engenhos que relembrem suas origens. Os senhores de engenhos eram semelhantes aos atuais usineiros, com uma diferença, no primeiro caso onde a criatura humana era tratada como “res”, isto é, coisa, não tendo nenhuma expressão como pessoa. Nos dias atuais, o operariado conhece seus direitos e luta por melhores condições por meio de sindicatos, ou individualmente. O status e a petulância entre proprietários de engenhos e usineiros em nada mudou. O empregado, mesmo garantido seus direitos, continua submisso e às vezes subestimado pelo patrão. Houve um avanço social, mas ainda persistem a arrogância e o poderio econômico dos patrões. As pessoas mais idosas conheceram os tradicionais engenhos encravados em grandes latifúndios que produziam rapadura, açúcar bruto, farofa conhecida hoje por açúcar mascavo e mel. A lembrança de tudo isso chega-nos à mente e muito mais. Por exemplo: o apito da casa-grande, ou o som causado no atrito dado ao pedaço de trilho, determinava o início das atividades da fazenda a partir das 3h, onde os animais começavam a cambitar canas para moagem. A gente sofrida e inocente reiniciava suas atividades, quase sempre sem se alimentar, mesmo assim cantava e sorria como que nada tivesse acontecendo. A dor, o sofrimento e a fome eram transformadas na esperança do futuro terem melhores dias para eles e seus familiares. Os tempos passaram-se. Tudo evoluiu. Mas a história jamais apagará aquela época obscura, onde o homem era tratado como ser irracional. Não tinha vontade. O chicote e o castigo formavam o estímulo para o desempenho forçado ao trabalho. Hoje, não há mais senhores de engenhos, muito menos formas para castigar o trabalhador braçal, considerando que o planeta Terra despertou e cada homem faz jus a sua cidadania, exigindo direitos e cumprindo com as obrigações.

Mais matérias
desta edição