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Nº 5882
Opinião

ESCOLAS

Recuso-me aceitar que Paulo Salim Maluf seja o mais execrável dos políticos do Brasil. De tanto pegarem no pé do pobre homem, ele terminou sendo condenado. Acho que Maluf vem de uma grande escola, a de Ademar de Barros, célebre político paulista cujo lema

Por | Edição do dia 16/11/2013 - Matéria atualizada em 16/11/2013 às 00h00

Recuso-me aceitar que Paulo Salim Maluf seja o mais execrável dos políticos do Brasil. De tanto pegarem no pé do pobre homem, ele terminou sendo condenado. Acho que Maluf vem de uma grande escola, a de Ademar de Barros, célebre político paulista cujo lema era” “rouba, mas faz”. Há uma grandeza moral nessa afirmativa. Só comparável a de Luiz Inácio sobre o caixa 2: “faço o que todos fazem”. A propósito, em 1986, um grupo de médicos entrou com uma queixa contra o estado de Alagoas. A coisa parecia razoável e justa: desde 1978 plantões a cada cinco semanas eram dados na Unidade de Emergência e os “patrões” “ fingiam” que não deviam ser pagos. A questão era simples. (Havia até uma escala!) Cobrou-se, através do Tribunal do Trabalho, o pagamento desses plantões. Tão logo a demanda chegou ao órgão devedor, a direção decidiu acabar com a “falha” e os plantões passariam a ser ou pagos através de folhas suplementares, ou , de forma mais radical, decidiu-se pela não existência de plantonistas. Em 2008, tudo parecia convergir para o esperado pagamento das dívidas. Afinal, vinte e dois anos haviam se passado. Contabilizavam-se vitórias em todas as instâncias. Uma surpresa, contudo, aguardava os litigantes. Uma causa que começara e terminara no mesmo dia, as mesmas cargas horárias, o mesmo período, os mesmos salários..., eis que descomunal e incompreensível diferença de valores de até trezentos por cento entre os requerentes, foi descoberta. Naturalmente que as partes menos contempladas estranharam. A tendência seria de uma revisão do processo. Finalmente, chegou-se a um acordo: os valores recebidos pelos reclamantes seriam divididos, igualmente, independentemente dos valores atribuídos individualmente, tão logo o pagamento fosse repassado pelo TRT. Havia o temor de uma demora de mais trinta anos com uma nova revisão do processo. Por isso a opção. Os interessados (médicos e idôneos) assinaram um contrato, reconheceram as respectivas assinaturas e até registraram o contrato em cartório. Finalmente, chegou o grande dia. Presentes os três no TRT. Vinte e sete anos distanciavam-se daquele dia em que jovens esculápios desafiaram os poderosos. Repassados os valores, não houve decepções. Os mais aquinhoados negaram-se a cumprir o acordo assinado e registrado em cartório. Não surpreenderam. Já se esperava que eles assim procedessem. Maluf e Lula dominaram suas almas.

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