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Nº 5882
Opinião

ATRAVESSAR A RUA IMPUNEMENTE

Diariamente, tenho que atravessar uma faixa para pedestres que fica no cruzamento da Rua Pedro Monteiro com a Dias Cabral. Deixo o carro no estacionamento e espero, cautelosamente, o sinal vermelho fechar para os carros e abrir para os pedestres, para pod

Por | Edição do dia 16/11/2013 - Matéria atualizada em 16/11/2013 às 00h00

Diariamente, tenho que atravessar uma faixa para pedestres que fica no cruzamento da Rua Pedro Monteiro com a Dias Cabral. Deixo o carro no estacionamento e espero, cautelosamente, o sinal vermelho fechar para os carros e abrir para os pedestres, para poder passar em direção ao trabalho. Muitas pessoas, entre elas pacientes fragilizados e familiares, igualmente o fazem. Ocorre, entretanto, que um ato que deveria ser banal, se torna a cada dia mais arriscado: se a maioria dos carros para antes da faixa dos pedestres, uma quantidade de motociclistas, a cada dia maior, escondidos atrás de seus capacetes, invade a faixa dos pedestres, e achando pouco,fica acelerando suas motos em clara intenção de intimidar os assustados pedestres. Quem ousa reclamar, é maltratado e ameaçado. A certeza da impunidade, mesmo atropelando alguém na faixa de pedestres com o sinal fechado, torna os motociclistas, a cada dia mais ousados. O abominável ciclo da impunidade no país pode ter agora um divisor de águas. O julgamento do mensalão que caminha para punir os envolvidos, pode ser esse divisor. Embora o desvio de recursos públicos (casos atuais de São Paulo e Brasília, entre outros) continue acintoso, é salutar constar que a junção de tecnologia e determinação jurídica, pode estancar a sangria de recursos que subtrai ao contribuinte o benefício de investimentos em segurança, saúde e educação, tão necessários e que tanto lhes faltam. O grupo de Zé Dirceu, que usou como defesa inicial o crime menor de caixa 2 para fugir das consequências do maior, descrito pelo STF como ação orquestrada para financiar projeto de permanência no poder, foi frustrado em sua certeza de impunidade. O fórum privilegiado, que historicamente livrou autoridades e poderosos de penalizações, ao final, lhes frustrou. É uma resposta adequada à cobrança nacional pelo fim da impunidade: além de um ex-ministro poderosíssimo e forte candidato a herdeiro do espólio político, um ex-presidente da Câmara, deputados e ex-diretores do Banco do Brasil. Os ministros do STF, cumpriram sua missão. Provavelmente por isso, suas excelências, os magistrados, nacionalmente estafados, tenham estendido o feriadão – afinal, ninguém é de ferro. E assim esperemos chegar o dia em que atravessar uma faixa de pedestres não seja tão arriscado.

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