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Nº 5828
Opinião

ALGUNS DIAS DEPOIS

Mais uma vez, o tempo adormeceu ou foi exterminado, nos presenteando com uma quantidade restrita de saudade, ou decepções. Ele é frágil, ingrato, indiferente. Às vezes apressado, estúpido, vingativo! No momento, não sei como julgá-lo, somente o futuro se

Por | Edição do dia 07/10/2014 - Matéria atualizada em 07/10/2014 às 00h00

Mais uma vez, o tempo adormeceu ou foi exterminado, nos presenteando com uma quantidade restrita de saudade, ou decepções. Ele é frágil, ingrato, indiferente. Às vezes apressado, estúpido, vingativo! No momento, não sei como julgá-lo, somente o futuro será capaz de responder, ou mesmo o presente mais próximo. Como sempre, me aqueço no calor da sabedoria inexplicável do meu pai, quando, no dia seguinte a determinados eventos, onde havia desperdício de dinheiro público ou privado, como carnaval, eleições e outros, nos dizia repetidas vezes: “quantos, neste momento, estão chorando, enlouquecidos, lamentando o horror de dívidas contraídas, noites de insônia, inimigos adquiridos, amigos ausentes, e quantos, como eu, continuo o mesmo José Tenório!?”. A vida é assim: no término do jogo, alguns são derrotados, traídos, porque a vitória é limitada, pertencerá nem sempre aos mais dignos, aos mais merecedores. Acabamos de virar mais uma página da nossa história, desta vez no universo político. Outros e eu, assistimos à peleja das arquibancadas, numa distância imperceptível, onde se acomodam os incógnitos. Valeu a pena, porque, terminada a contenda, nada alterará o percurso do nosso destino. Continuando à margem, apreciamos a euforia dos vencedores. O pranto dos derrotados injustamente até nos comove, mas Deus sabe pesar, medir e contar; por isso, vale a pena a resignação. Os brasileiros, em grande maioria, em épocas de eleição, esbanjam energias, gritos, aplausos, enquanto outros blasfemam, caluniam os adversários, agem como seres irracionais. Terminada a disputa, tentam apaziguar as dores que latejam na sua consciência, atitude que poderá ser breve ou longa demais, quando não agiram com a devida prudência! Finalmente, a calmaria parece ter retornado. Os garis injustiçados nos compensam com a limpeza das ruas, onde milhares de santinhos foram espalhados, formando tapetes enlameados, e tantos sorrisos ocultos entre lágrimas e decepções. Aguardemos o próximo jogo, que não tardará. Enquanto vivermos, haverá sempre partidos em acirradas disputas, o bem e o mal em constantes desavenças, com a certeza de que tudo será efêmero e somente um será o eterno vencedor!

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