Basta de manipula��es
A turma de FHC comemorou, antes do tempo, o sucesso da ação contra a governadora do Maranhão, Roseana Sarney. Sem dúvida, foi uma iniciativa impactante. Ocupou grandes espaços da mídia e causou momentos de perplexidade e confusão nas fileiras da candid
Por | Edição do dia 07/03/2002 - Matéria atualizada em 07/03/2002 às 00h00
A turma de FHC comemorou, antes do tempo, o sucesso da ação contra a governadora do Maranhão, Roseana Sarney. Sem dúvida, foi uma iniciativa impactante. Ocupou grandes espaços da mídia e causou momentos de perplexidade e confusão nas fileiras da candidata do PFL, colocando os pefelistas na berlinda. Os desdobramentos da querela ainda estão por se definir, mas em função das reações e movimentações dos últimos dias se pode afirmar que nem tudo tem andado conforme imaginavam os estrategistas de FHC e José Serra. A primeira grande evidência comprovada com a ofensiva contra Roseana e seu marido (e sócio) é de que a turma de FHC e Serra não se encabulam de usar toda a máquina do governo em benefício de seus próprios interesses eleitorais. A manipulação eleitoral das máquinas governamentais sempre esteve entre as denúncias mais constantes da história política brasileira, desde antes do tempo da eleição a bico-de-pena. O escândalo é que nesses tempos do voto informatizado está confirmada a preservação do espírito manipulador e o bico-de-pena-de-tucano se mostra mais afiado e ousado que seus congêneres do tempo dos currais eleitorais do passado. Naturalmente que qualquer cidadão ou cidadã deve prestar contas de seus atos. E se foram cometidos desvios de recursos da Sudam ou de quaisquer outras instituições, assim como se exitirem irreguralidades e ilegalidades por parte de governadores, governadoras ou seus parentes, isso deva ser apurado. Mas é inaceitável a manipulação política e eleitoral manifesta em tais episódios orquestrados pelo governo federal. O Estado e os governos devem manter distância do processo eleitoral, uma lição básica que tem sido desrespeitada com particular furor desde a aprovação da reeleição de FHC. É hora de se dar um basta a tudo isso, deixando que a justiça e a polícia façam seus trabalhos de forma independente e soberana e o povo, nas urnas, possa se expressar sem que as mãos do Estado e dos governos procurem lhe direcionar o voto.