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EDINALDO AFONSO M. DE MÉLO* Elege-se, este ano, um novo dirigente para administrar a Ufal, por um período de quatro anos (2003 a 2007). A escolha dar-se-ia através de eleição direta da qual participarão professores, técnicos-administrativos e estudantes.
Por | Edição do dia 10/05/2003 - Matéria atualizada em 10/05/2003 às 00h00
EDINALDO AFONSO M. DE MÉLO* Elege-se, este ano, um novo dirigente para administrar a Ufal, por um período de quatro anos (2003 a 2007). A escolha dar-se-ia através de eleição direta da qual participarão professores, técnicos-administrativos e estudantes. O colégio eleitoral terá um total aproximado de 14 mil eleitores. Até o presente momento, ainda não foram definidas a data, nem as regras do processo eleitoral. Não se sabe se será mantido o mesmo modelo da eleição passada ou se haverá uma mudança no peso do voto de cada categoria. Especula-se muita coisa, mas de concreto, apenas, sabe-se que vai haver eleição. E qual o perfil ideal que deve ser apresentado pelo candidato (a) a ser eleito (a) para exercer a função de reitor (a)? Esta é uma questão que precisa ser bem refletida pela comunidade universitária. Será que basta apenas ser professor (a) do quadro efetivo da universidade, ter doutorado ou ser adjunto IV? É suficiente, tão somente ser um (a) intelectual? Além de ética, visão, coragem, energia, experiência administrativa, que outras qualidades são necessárias ao cargo? E a disciplina, automotivação, capacidade de inspirar pessoas, perseverança, eficácia pessoal, visão empreendedora, domínio de métodos eficazes de gerência de pessoas e processos, administração do tempo, inteligência emocional etc.? O que já fez efetivamente pela instituição? E o reconhecimento fora da universidade? Surgirão promessas, idéias, propostas e projetos por parte dos candidatos, porém, é bom que os eleitores fiquem atentos, pois a implementação disso tudo é que o mais difícil. Por melhor que seja a estratégia e o planejamento que se faça, de nada adianta, se os planos não forem executados eficazmente. Temos exemplos de campanhas para reitor, quando se prometeu viabilizar a solução de diversos problemas, mas, na prática, pouca coisa aconteceu. As dificuldades até hoje persistem e sempre se procura colocar a culpa na política do governo federal, isto é, na falta de recursos orçamentários. Ao contrário, dever-se-ia assumir uma postura pró-ativa e buscar com estratégias inteligentes, integradas e com a máxima eficácia, a real consecução dos objetivos. Portanto, é preciso prestar muita atenção e usar a consciência para não errar na escolha do novo dirigente. Para o futuro da Ufal, não seria melhor ao invés do voto ideológico e do voto da amizade, optar pelo voto consciente, a partir de uma profunda reflexão e conhecimento dos candidatos? O foco para a obtenção de resultados concretos deve ser o processo ou o método administrativo a ser adotado pela futura gestão. Dentre os métodos, existe um que é o mais eficaz, isto é, caso seja adotado, provocará mudanças sustentáveis na instituição, tão necessária no momento atual. Permitirá o engajamento, envolvimento ou comprometimento de todos os seus integrantes. Não se pode mais ficar esperando apenas pelo MEC para resolver os problemas. Pensando-se e agindo-se, estrategicamente, chegar-se-á a outra condição que não esta atual. Para tal, o reitor precisa ser, realmente, um gerente eficaz, uma pessoa que consiga, a partir do exemplo pessoal, formar multiplicadores, líderes e se empenhar diretamente, participar da formação coletiva de habilidades administrativas voltadas para o equilíbrio entre as necessidades da comunidade e as da instituição. Os seres humanos têm em suas mentes várias coisas que são verdades irrefutáveis e há coisas que acreditam ser verdades ou ser possíveis. Estas são as crenças que as pessoas possuem. Elas estão sujeitas a questionamento, em geral com base em experiências que as contradizem e por não representarem verdades absolutas. O perigo é que bloqueiam a mente e fazem com que se passe a olhar e perceber determinada coisa de forma equivocada. A mudança de mentalidade faz-se, então, necessária. Mesmo no meio cientifico isto ocorre: o próprio Einstein, que revolucionou os paradigmas da Física, teve dificuldades em aceitar a revolução seguinte, a de Mecânica Quântica de Max Planck. (*) É PROFESSOR