Mobiliza��o oportuna
A mobilização em curso de vários setores da sociedade civil organizada alagoana deflagrada com os acontecimentos dessas últimas semanas na área da segurança pública, e que cresceu em meio à repercussão do assassinato do professor Paulo Henrique, em Satuba
Por | Edição do dia 13/06/2003 - Matéria atualizada em 13/06/2003 às 00h00
A mobilização em curso de vários setores da sociedade civil organizada alagoana deflagrada com os acontecimentos dessas últimas semanas na área da segurança pública, e que cresceu em meio à repercussão do assassinato do professor Paulo Henrique, em Satuba, deve continuar e ser cada vez mais fortalecida. Até porque, com as denúncias, os protestos e apelos feitos graças a ela começam a aparecer resultados que podem provocar medidas suficientes para conter a violência e a criminalidade cada vez mais assustadoras. Agora, mais do que nunca, é preciso que avancemos com as lutas como essa, em defesa dos direitos humanos e contra todos os meios alimentadores da impunidade. O Brasil está entre os países que vêm ultrapassando todos os limites do tolerável nessa área. Dados referentes a 1997 publicadas pela revista Veja em 2000 já mostravam o Brasil superando a soma dos assassinatos ocorridos anualmente nos Estados Unidos, Canadá, Itália, Japão, Austrália, Áustria e Alemanha. Com 24 assassinados por 100 mil habitantes, só perdíamos para a Colômbia (78 mortos por 100 mil habitantes). Como as providências adotadas para o combate ao banditismo continuam inadequadas, tem aumentado cada vez mais o número de pessoas, em boa parte dos estados brasileiros, incluindo o nosso, que evitam sair à noite de casa ou mudam o trajeto até a escola ou o local de trabalho por causa da infestação de bandidos. Devido ao crescimento da insegurança. É preciso que os governos federal, estadual e municipal e outros poderes e cada cidadão não manifestem maiores preocupações com a onda de crimes apenas por ocasião dos casos de grande repercussão. Os bandidos estão mais ousados, perigosos e organizados não apenas no Rio de Janeiro e São Paulo. Poucos estados não estão em situação crítica. As providências para vencer desafios como esse devem ter continuidade. A população está cansada de viver amedrontada e continuará enquanto houver impunidade e facilidades para até crianças levarem arma de casa para a escola.