ALEXANDRE DE MELO TOLEDO * As obras da criação artística humana, em suas mais belas e variadas manifestações, constituem o maior patrimônio cultural que podemos perpetuar em nome da memória dos povos e da continuação de sua história. A cidade de Penedo é considerada uma das mais singelas e belas “jóias” desse imenso patrimônio nacional brasileiro e, é por isso, e também pelo imenso sentimento de identidade e orgulho que unem cidade e penedenses, que vivemos atualmente novos e melhores dias na conservação de nossa cultura. Entendemos que preservar, restaurar e conservar esse patrimônio para a posteridade é responsabilidade compartilhada entre poder público e sociedade civil. Portanto, desde que começamos nossos trabalhos na administração de Penedo, empreendemos em favor de nosso patrimônio histórico e cultural sempre com a parceria da comunidade. Trilhando um caminho certo, inicialmente, montamos uma equipe técnica de indiscutível competência e elaboramos projetos os quais foram chancelados pelo Ministério da Cultura (Minc) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). E, logo em seguida, buscando galgar degraus ainda mais altos para conservar os legados arquitetônico e urbano de Penedo, conseguimos habilitar nossa cidade junto ao Programa Monumenta. O Monumenta é um programa do Ministério da Cultura que conta com o financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a cooperação da Unesco que tem como objetivo a preservação e restauração de áreas prioritárias dos patrimônios histórico e artístico urbano do País, incluindo espaços públicos e edificações, de forma a garantir sua auto-sustentabilidade através do retorno econômico proporcionado pelo uso e visitação dessas áreas. Esses propósitos acima descritos, norteados através de ações planejadas, rigor técnico-conceitual e sensibilidade artística, necessários nesse tipo de empreendimento, foram executados na implantação do programa na cidade. Restauramos a Igreja de N. Sra. da Corrente, estamos concluindo a obra da Igreja de São Gonçalo Garcia e ainda estão previstas restaurações em outros monumentos e logradouros importantes da cidade – Casa da Aposentadoria, Praça Barão de Penedo, Mercado Público, Pavilhão da Farinha, praças 12 de Abril e Comendador Peixoto (situadas na orla) e as praças Rui Barbosa, Padre Veríssimo e Costa e Silva –, além de vários imóveis privados situados na área de abrangência do projeto. Ousamos mais ainda: credenciamos nossa cidade como candidata à sede do Museu Nacional do São Francisco, junto ao Ministério da Cultura e, conscientes de que a ação tem que ser plural, outras instituições engajaram-se na meritória tarefa de preservar nossa cultura: a Sociedade de Cultura e Arte Popular de Penedo recuperou o prédio onde funciona a maior biblioteca do município; o Ministério Público Estadual e a Telemar receberam da Prefeitura prédios de grande valor histórico para restaurar e instalar suas sedes; o Sebrae restaurará e implantará sua nova sede em outro belo e importante exemplar arquitetônico, também doado pelo município; a Fundação Educacional do Baixo São Francisco restaurou o Paço Imperial e nele instalou um Museu e Memorial Raimundo Marinho que orgulham Alagoas pelo seu acervo e organização; a Chesf, a Codevasf e a Diocese de Penedo também estão incorporadas a esse empreendedorismo cultural. Orgulhamo-nos das realizações, dos avanços e dos seus condutores, sempre voltados para que os penedenses de hoje e de amanhã possam se orgulhar, ainda mais, de sua cidade, conservando a memória de sua cultura, utilizando os equipamentos recuperados para melhorar a sua qualidade de vida. Mas, além de restaurar e proporcionar novos usos aos diversos monumentos, devemos educar nossas comunidades acerca da importância desse patrimônio – crianças, adultos e idosos, fazendo com que compreendam o elevado sentido da importância da memória cultural – nosso passado como referência para as atuais e futuras gerações. Patrimônio é o resultado da criatividade inventiva e genialidade de alguns artistas e técnicos de outrora, é um bem supremo da nossa civilização, cabe-nos a obrigação de mantê-lo e repassá-lo, na sua integralidade, às gerações futuras, com respeito e admiração. (*) É ENGENHEIRO E PREFEITO DE PENEDO