Roberto Marinho
Aos noventa e oito anos de uma profícua vida, faleceu o Jornalista Roberto Marinho. Sua morte, mais que um fato natural da vida, representa, para o Brasil, irreparável perda. Poderia ter sido um político, dos maiores. Certamente não o quis. Definiu sua
Por | Edição do dia 07/08/2003 - Matéria atualizada em 07/08/2003 às 00h00
Aos noventa e oito anos de uma profícua vida, faleceu o Jornalista Roberto Marinho. Sua morte, mais que um fato natural da vida, representa, para o Brasil, irreparável perda. Poderia ter sido um político, dos maiores. Certamente não o quis. Definiu sua vida pelo jornalismo ainda aos vinte anos de idade, mantendo acesa, durante setenta e oito anos, a chama que ardera no peito de seu pai, Irineu Marinho. O ano era 1925. A família Marinho acabava de assumir o jornal O GLOBO. Irineu Marinho iniciava um sonho que, décadas mais tarde, revolucionaria as comunicações no País. Falecendo, poucos meses após, o jovem filho, Roberto, assumia, então, o sonho de seu pai. Sonhou mais! O espírito do ousado jornalista transformava-se no empreendedor empresário fadado a construir um império de comunicação social que transformaria até mesmo a face do Brasil. Após assumir e dirigir o jornal adquirido pelo pai, Roberto Marinho ingressava no mundo do rádio, fazendo nascer o Sistema Globo de Rádio. Não lhe bastava, porque não era o suficiente para um País tão grande como a sua pátria. Fazia surgir a TV GLOBO, destinando-a a formar a maior rede de televisão nacional. O pioneirismo de Roberto Marinho teve seus reflexos e influência, também, em Alagoas, à época o único Estado brasileiro carente de uma emissora de televisão. O seu espírito pioneiro e ousado encontrava eco, entre nós, em outro homem, também jornalista, de idéias avançadas e empreendedoras: ARNON DE MELLO. Surgia, em 25 de agosto de 1976, a TV GAZETA DE ALAGOAS, afiliada desde então à Rede Globo, uma parceria que colocou, com sucesso, o nosso Estado no mundo da comunicação televisiva. Morreu Roberto Marinho, o homem. Sua obra, inclusive a sua última pérola, a Fundação que leva o seu nome e que tantos serviços presta à Nação brasileira, permanece viva, eternizando-o, conduzindo-o à imortalidade que já havia lhe sido concedida nas letras. A seus filhos, como a ele em 1925, cumpre seguir o sonho do pai que foi, também, o sonho brasileiro.