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Nº 5865
Opinião

De onde vêm as doenças psicossomáticas

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Por Simone Demolinari - psicanalista com mestrado e dissertação em Anomalias Comportamentais | Edição do dia 31/01/2023 - Matéria atualizada em 31/01/2023 às 04h00

Emoções reprimidas que foram engolidas para não criar problemas maiores são como poeiras varridas para debaixo do tapete. Ninguém vê, mas lá estão, acumulando para futuramente vir e cobrar uma fatura, às vezes impagável para sua natureza irreversível. Gastrite, doenças de pele, queda de cabelo, inflamações, enxaquecas e até câncer. Várias são as doenças que são disparadas por aspectos emocionais. Mesmo sabendo disso, muitas vezes negligenciamos as nossas emoções e nos colocamos em situações de dores que poderiam ser evitadas.

Antes que nossas emoções nos adoeçam, precisamos agir em prol de nós mesmos. Às vezes, falar, dialogar, mudar de planos, desapegar e se afastar são os remédios mais poderosos que existem. Àqueles que não desejam que suas emoções mal administradas se transformem em doenças físicas convém adotar alguns comportamentos. Tais como: Se posicionar sobre o que está sentindo: muitas vezes as pessoas optam por engolir acreditando que o problema será resolvido. Isso não só não acontece como piora ao longo do tempo, pois você fica prisioneiro daquela forma de agir. Sabemos que doenças como câncer têm uma contribuição de emoções reprimidas. Portanto, falar é curativo. Mesmo que você não seja acolhido como gostaria, ainda assim é mais vantajoso expor a guardar. Tome decisões antes de tomar remédio: quantas vezes as pessoas iniciam tratamento para ansiedade ou depressão mas não trabalham a causa daquele problema? Sobrecarregam o organismo pegando atalhos ao invés do caminho da cura. Há casos em que a medicação é muito importante, há outros em que a tomada de decisão é mais eficaz. Há uma frase de Freud que diz: “antes de se diagnosticar com depressão, certifique-se de que não está cercado por idiotas”. Muitos não tomam decisão esperando que a vida resolva por si só, mas, enquanto isso, vivem na angústia e com um componente gerador de ansiedade permanente. Viva de verdade e não de aparência: sustentar aquilo que não se é, além de trabalhoso, é um despêndio de energia grandioso. Nada pior para a saúde física, emocional e principalmente para a autoestima do que viver de aparência. No fundo é se saber um blefe: uma estátua de bronze com os pés de barro, prestes a desmoronar. Não há aparência que dure por muito tempo, não podemos subestimar a verdade, ninguém engana a vida. Alguns não conseguem enganar nem o travesseiro. Aceite-se: a rejeição sobre si mesmo é devastadora para a saúde. Não se aceitar é um estímulo à comparação e transforma uma pessoa em invejosa, rancorosa, mentirosa, competitiva e outras coisas que derivam do desamor próprio.

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