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Nº 5828
Opinião

PONTO DE VIRADA .

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Por Editorial | Edição do dia 16/11/2023 - Matéria atualizada em 16/11/2023 às 04h00

O Brasil experimenta atualmente uma grande onda de calor, que deve ser sentida até abril do próximo ano. Esse calor está fortemente associado ao fenômeno El Niño, caracterizado pelo pelo aquecimento anormal das águas superficiais da porção leste da região equatorial do Oceano Pacífico. No Brasil, além de influenciar a onda da calor no Sudeste e no Centro-Oeste, o fenômeno provoca seca nas regiões Norte e Nordeste, bem como chuvas torrenciais e ciclones extratropicais no Sul.

Segundo os especialistas, um El Niño forte ocorre mais ou menos a cada sete anos, mas o grau de intensidade vem aumentando em função do aquecimento global. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, também da ONU, os anos entre 2015 e 2022 foram os mais quentes já registrados; e tem 98% de chance de pelo menos um ano entre 2023 e 2027 ultrapassar o recorde.

Com as mudanças climáticas, o planeta passa a conviver com eventos climáticos desregulares extremos cada vez mais frequentes. Esse fenômeno tem impacto econômica e também sobre a saúde da população, que pode ser evitável por meio da execução de planos de adaptação ao calor extremo, evitando redução da morbidade e mortalidade.

Com o aquecimento global, a perspectiva é de que ondas de calor se tornarão ainda mais comuns e com extremos de temperatura cada vez maiores. As temperaturas médias globais de 2°C acima dos níveis pré-industriais, um evento de calor como este será cerca de cinco vezes mais provável e 1,1 a 1,6 °C mais quente do que hoje.

Apesar da gravidade da situação, as Nações Unidas dizem que os governos estão fazendo progressos insuficientes na redução das emissões de gases de efeito estufa para evitar os piores impactos das mudanças climáticas. Dentro de poucas semanas, a questão será discutida na conferência anual da ONU sobre o clima, a COP28, que será realizada em Dubai.

É preciso que a COP28 seja um ponto de virada histórico nesta década crítica. Os especialistas alertam que a ambição global estagnou no ano passado e os planos climáticos nacionais estão notavelmente desalinhados com a ciência.

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