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Nº 5882
Opinião

RECONHECIMENTO .

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Por Editorial | Edição do dia 18/11/2023 - Matéria atualizada em 18/11/2023 às 04h00

Celebra-se nesta segunda-feira o Dia da Consciência Negra, referência a um personagem de grande relevância na história brasileira: Zumbi dos Palmares. Segundo historiadores, foi no dia 20 de novembro de 1695 que morreu o último líder do maior dos quilombos do período colonial, localizado onde hoje está o município de União dos Palmares.

A criação do Dia da Consciência Negra no Brasil – ocorrida oficialmente em 2011 – é vista como uma forma de promover a conscientização e a reflexão a respeito da relevância da cultura e do povo africano na formação de nossa própria cultura. A data reacende reflexões importantes sobre a luta e os desafios dos negros no País e o racismo estrutural ainda tão presente na sociedade brasileira.

Desde a década de 1950, o Brasil possui leis antidiscriminação racial. A Constituição de 1988 transformou o racismo em crime inafiançável. A realidade mostra, entretanto, que isso ainda não foi suficiente para mudar as estruturas sociais e econômicas que o alimentam.

Isso está expresso nos dados do IBGE relativos à pobreza, ao desemprego, ao analfabetismo e à violência. Jovens negros continuam sendo as maiores vítimas da violência nas grandes cidades.

No aspecto econômico, o desemprego entre negros é 50% maior do que entre a população branca – que têm expectativa de vida seis anos maior do que os afrodescendentes. A população negra tem 1,6 ano de estudo a menos que a branca; representa 65,1% das vítimas de homicídios.

O ideal seria que não fosse necessário criar um dia para trazer essas questões à tona, ou adotar sistema de cotas raciais. Entretanto, o País ainda tem uma dívida histórica com a população negra e está longe de garantir a todos o direito a uma vida digna, independentemente de cor, etnia, religião, orientação sexual e outras diferenças. Enquanto isso não ocorre, é preciso ficar repisando essa verdade incômoda.

O Dia da Consciência Negra deve, portanto, buscar a conscientização da importância do negro na sociedade, do reconhecimento do valor, da cultura e da luta de pessoas negras que não se calaram e levantaram a cabeça contra o racismo.

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