Construtores Alagoanos XIX .
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Por Laurentino Veiga – ex-professor de Economia do Cesmac | Edição do dia 29/11/2023 - Matéria atualizada em 29/11/2023 às 04h00
Há dentro do mundo um grande berro de dor/ E todos tapam os ouvidos / E vedam os olhos / E amordaçam bocas / E decepam sensibilidades/ O mundo que grite só. Da escritora Anilda Leão Moliterno, casada com o ex-presidente da Academia Alagoana de Letras, Carlos Moliterno. Genitora da economista Luciana Moliterno, minha colega de profissão.
Fez cursos intensivos de Literatura Brasileira, Alagoana e Portuguesa, oratória, dicção, declamação, música erudita, música popular, música sacra, teatro, canto coral e canto lírico. Atuou em todas áreas, versatilidade nunca lhe faltou. Muito pelo contrário, incendiava o palco com sua intelectualidade a todo vapor.
No jornalismo, atuou com sua festejada Coluna na Gazeta de Alagoas. Depois, transferiu-se para o extinto Jornal de Alagoas. Em 1961, publicou seu primeiro livro de poemas, intitulado “Chão de Pedras”. Na década de setenta, veio à lume “Chuva de Verão” e “ Poemas Marcados”. Em 1980, lançou o livro de contos “Riacho Seco”. Em 1990, o livro de crônicas “Olhos Convexos”. Em 1993, “ Círculo Mágico”, de poemas.
Uma Mulher atuante quer na literatura, quer no teatro. Impressionava sua erudição. Defendeu a mulher das garras do machismo. Pertenceu à Academia Alagoana de Letras, ao Grupo Literário Alagoano, Cruz Vermelha, à Associação Alagoana de Imprensa (AAI). Merece, pois, ser inserida na série Construtores de Alagoas.
Afora pequenas peças, monólogos e esquetes, nos tempos de estudante, atuou na peça “Bossa Nordeste”, na década de sessenta, calcada na “Farsa da Boa Preguiça” de Ariano Suassuna. Por sua atuação neste espetáculo, apresentado pelo então Conservatório de Música de Alagoas, recebeu o prêmio de Revelação do ano, outorgado pela Associação dos Cronistas Teatrais de Maceió. Na década seguinte atuou em “ Onde Canta o Sabiá”, integrando o elenco da Associação Teatral de Alagoas.
A eclética escritora, a jornalista, a colunista fez no seu tempo história. Alcançava longe os meandros das artes cênicas, interpretava à altura as belezas teatrais. Enfim, mereceu destaque na sua atuação nas diversas áreas culturais que exerceu com maestria. Empolgou os palcos do entretenimento e na diversificação das cultua erudita.