Gritos da terra
Começam a ser realizadas hoje, em todo o País, as mobilizações relacionadas a mais um Grito da Terra organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) desde 1995. Só em Brasília, como informa a Agência Estado, são esperadas 5
Por | Edição do dia 22/05/2002 - Matéria atualizada em 22/05/2002 às 00h00
Começam a ser realizadas hoje, em todo o País, as mobilizações relacionadas a mais um Grito da Terra organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) desde 1995. Só em Brasília, como informa a Agência Estado, são esperadas 5 mil pessoas para as negociações da pauta, manifestações e atos públicos na Esplanada dos Ministérios. Mais uma vez serão repetidos alguns dos mais antigos apelos ao governo, feitos por essa e outras iniciativas da Contag e demais entidades representativas dos trabalhadores rurais, que não podem deixar de ser atendidos juntamente com as novas solicitações que estarão sendo encaminhadas a partir de hoje. Eles lutam por mais recursos do Orçamento da União para as famílias assentadas, pelo assentamento, imediato, de todas as famílias cadastradas nos Correios, priorizando aquelas que tenham sido indicadas pelo Movimento Sindical dos Trabalhadores Rurais (MSTR). Querem também a desapropriação, prioritariamente, das áreas reivindicadas pelo MSTR, especialmente onde existem conflitos ou acampamentos, observando todos os requisitos da função social da propriedade e não apenas o critério da improdutividade. E lutam para assegurar o apoio da base aliada do governo no Congresso Nacional para o Projeto de Emenda Constitucional que limita em 35 módulos fiscais o tamanho da propriedade de terra no País. Estes são alguns itens da nova pauta de negociações dos trabalhadores rurais, que é intensa. Ela vem sendo discutida há vários dias nos ministérios do Desenvolvimento Agrário, do Trabalho e da Previdência. Mas, lentamente, porque, segundo os negociadores da Contag, os interlocutores do governo não têm poder de decisão. Os gritos que de há muito vêm do campo não podem continuar sem ser atendidos com as medidas necessárias para o combate das principais causas da fome e da miséria nas diversas regiões do País. Especialmente no Norte e Nordeste.