| Lysette Lyra * Sou contra ditaduras de esquerda ou de direita, pois elas cerceiam a liberdade, o bem maior da humanidade. O homem não pode comandar com poder absoluto sem que seus instintos, egoístas e dominadores, não interfiram nas suas atitudes, transformando-os em verdadeiros déspotas. A democracia é a forma de governo mais coerente que já existiu sobre a terra. Nascida na antiga Atenas, sofreu muitas modificações até chegar ao século 20. Na Grécia não havia eleições. Era uma democracia direta. Todo cidadão poderia participar das assembléias com exceção das mulheres, crianças e os estrangeiros. No mundo populoso de hoje, tal método seria impossível. Adotamos uma democracia representativa, através da eleição de representantes do povo para o exercício do governo. No Brasil o voto é obrigatório. Mas, existem países em que não o é. Com as reviravoltas do mundo, com a globalização e com os problemas na economia, o Estado tem se enfraquecido. Os representantes eleitos pelo povo, em grande maioria, atraídos pelas conquistas individualistas que o poder lhes proporciona, já não atendem todas as demandas da sociedade. É necessário que haja uma integração entre governo e coletividade para acatar o que esta vem cobrando, com justiça. Em 1963, no governo de João Goulart, o País passou por um sério risco de se transformar numa ditadura comunista, contra a vontade da maioria dos brasileiros que externava, de público, a sua resistência a um regime, cuja tirania, o amedrontava. Alguns generais, manipulados pelos asseclas das esquerdas, já tendiam para as hostes de Goulart. Fomos salvos pelo golpe militar que derrubou o governo, garantiu nossa segurança e deu estabilidade ao Brasil. Como em qualquer ditadura, os reacionários foram perseguidos e, entre eles, muitos inocentes sofreram injustiças. Como sempre acontece em governos absolutistas, houve torturas e mortes. Milhares de pessoas, também, foram executadas a mando de Mao, de Stalin, de Fidel Castro, de Hitler, de Saddan Hussein e muitos outros ditadores. Felizmente foi restaurada a democracia em nosso País que, apesar de seus erros, preserva a liberdade. Restam poucas nações socialistas radicais, depois que o regime soviético caiu deixando, como lembrança corrupção e o crime organizado, instalados pelos remanescentes da famigerada KGB. Mas o que não nos consta é que tenha havido gordas indenizações vitalícias para as famílias dos sofridos cidadãos que apodreceram nas prisões, ou foram fuzilados pelos caudilhos. É preciso conferir o mérito de tais remunerações. (*) É escritora.