app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5882
Opinião

A miss�o santificadora dos ministros de Deus - 2

| Dom Antonio, O. Carm. * Não podemos jamais encarar nossa missão de forma meramente profissional, como se as realidades com as quais tratamos não interferissem na intimidade de nossas vidas. O papa Paulo VI dizia que “o sacerdócio não é uma profissão ou

Por | Edição do dia 16/09/2007 - Matéria atualizada em 16/09/2007 às 00h00

| Dom Antonio, O. Carm. * Não podemos jamais encarar nossa missão de forma meramente profissional, como se as realidades com as quais tratamos não interferissem na intimidade de nossas vidas. O papa Paulo VI dizia que “o sacerdócio não é uma profissão ou um serviço qualquer exercido em favor da comunidade eclesial, mas um serviço que participa de maneira absolutamente especial e com um caráter indelével na potência do sacerdócio de Cristo, graças ao sacramento da Ordem”. Quando Deus elege pessoas para o seu serviço e lhe confia tarefas, quando a Palavra Divina toca no íntimo das pessoas, ele exige um sim pessoal de quem é chamado, como também uma forma de vida que deixe transluzir em forma de sinal visível que revela que a pessoa foi de fato eleita para o serviço do Senhor. O que nos encanta é o vibrar do Apostolo Paulo: “Pois eu trago em meu corpo as marcas de Jesus” (Gal. 6,17b). Abraão tem que abandonar com fé sua pátria e rumar para o desconhecido, converte-se em um forasteiro sem casa ou pátria para se tornar, pela sua adesão a Deus e a mudança radical de sua vida, em “fonte de bênçãos para todas as gerações” (Gn.12,2). Moisés e os profetas dão testemunho desta unidade que deve haver entre a vocação e o testemunho da própria vida. Sem este vivo testemunho, torna-se inócua a nossa missão e nosso ministério. Em Jesus nosso modelo e razão de nosso ministério, nós encontramos a mais perfeita unidade entre a missão e a existência. O reinado de Deus que é o coração de sua missão e de sua atividade é, antes de tudo uma realidade nele mesmo, para depois ser comunicada ao mundo. Os santos Padres chamam Jesus de “o reino de Deus em pessoa” [1]. Ele é o que faz e o que ele faz é a revelação de sua pessoa. Há em sua vida uma unidade indissolúvel entre o sinal e a realidade, entre o testemunho e aquilo que é anunciado. Sim, foi este o grande esforço na compreensão dos discípulos de Jesus. “Há tanto tempo estou convosco e tu não me conheceste, Filipe? Quem me viu, viu o Pai” (Jo. 14, 9). (*) É arcebispo metropolitano de Maceió.

Mais matérias
desta edição