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Nº 5781
Opinião

Uma grande lição .

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Por Alberto Rostand Lanverly - presidente da Academia Alagoana de Letras (AAL) | Edição do dia 17/07/2024 - Matéria atualizada em 17/07/2024 às 04h00

O maior orgulho que trago no coração é a convivência com meus genitores, criaturas que tiveram importância fundamental e multifacetada em minha formação, abrangendo aspectos emocionais, sociais e educacionais.

Para mim, são modelos de comportamento e valores, não apenas proporcionando cuidados básicos e segurança, mas desempenhando papel crucial no desenvolvimento da autoestima e formação da identidade que hoje trago.

Lembro que, quando jovem ainda, ele, um juiz de direito e ela ainda somente a rainha do lar, me desestimulavam a tomar mais que uma Coca-Cola por semana, não devido aos males que a bebida traz à saúde, mas pelo fato de que, recebendo mesada para lanche, seria mais barato o bom suco de frutas caseiro do que a adquirir refrigerante na bodega de dona Lenita.

Aos quatorze anos, aluno interno do Colégio Marista, sendo convidado pelo Irmão diretor da instituição, fui por meus pais encorajado a lecionar no curso noturno do estabelecimento, tendo como clientela pessoas carentes das redondezas. Aos dezesseis anos, ensinava em culturas inglesas e aos dezessete, já universitário, era professor de várias unidades de ensino médio da capital, inclusive o próprio Marista. Épocas em que já recebia meu próprio salário.

Recordo que aqueles que me geraram diziam que a oportunidade é como um trem veloz que para à porta, oferecendo a chance de embarcar em uma jornada rumo ao sucesso. Ele não espera, pois surge de repente e parte rapidamente, exigindo atenção e prontidão. Para aqueles que estão atentos e preparados, a oportunidade pode ser o transporte para novos horizontes e conquistas. E tem sido assim a minha vida.

Nunca esqueci quando, à véspera do meu casamento, eles me confidenciaram algo nunca esquecido: criar filhos vai além de simplesmente lhes oferecer o mundo; trata-se de preparar as crianças para que descubram, por si próprias, seu lugar no mundo e desenvolvam a capacidade de nele se colocar com segurança e autonomia. Em vez de tentar entregar todas as respostas e soluções prontas, buscar formar ambiente propício que estimule a curiosidade, o pensamento crítico e a independência.

Meus pais, nunca foram pessoas de me oferecer presentes. Muito pelo contrário. Em todos os meus momentos, eles sempre estiveram muito presentes.

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