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Nº 5790
Opinião

A capital do meu coração .

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Por Alberto Rostand Lanverly - presidente da Academia Alagoana de Letras | Edição do dia 24/07/2024 - Matéria atualizada em 24/07/2024 às 04h00

Dias atrás, retornei a Caicó-RN, terra de meus familiares maternos, a capital do meu coração, e ali chegando, mesmo com as mudanças vividas com o decorrer dos anos, nos recantos da memória, vi que aquela ainda é a cidade que resplandece, onde minha infância fez morada e meu ser sempre habita.

O Arco de Santana, Avenida Seridó, praças da Catedral e do Coreto, residências de meus avós e bisavós, e também o bloco carnavalesco os Fugitivos, primeira namoradinha, o açude Itans, representam trilhas de aventuras, verdadeiros portais de lembranças, onde risos ecoavam como sinfonias e os dias eram sempre ensolarados. Contudo, senti que ao pisar naquele solo sagrado, meus pés dançavam em ritmos de nostalgia.

O mais impressionante é que chegando a Caicó justo no dia do hasteamento da bandeira da festa da padroeira Santana, foi como estivesse a abrir um baú de tesouros adormecidos, ressuscitando fantasias inesquecíveis.

E logo após a primeira novena, as ruas já cheias de cores e sons, era como se o tempo houvesse parado para celebrar memórias que nunca se apagaram. Os parques de diversão repletos de luzes, para mim um convite irresistível ao mundo dos sonhos. A roda gigante, erguendo-se majestosa, trazia-me de volta às alegrias da infância, quando cada giro era como viagem no tempo, onde passado e presente se entrelaçavam.

Com meus netos assistindo, a atração “Monga”, linda mulher que virava gorila, mistério que fascinava minha mente, reaparece como eco, levando-me a sentir a mesma excitação, idêntico arrepio.

Durante o dia, sentar-me debaixo das mesmas árvores antigas, onde outrora estive com vozes queridas que já deixaram o mundo dos vivos, conversando de tudo e de nada, os sonhos passados e futuros por vir, e, lembrando-os, ainda me perco nos contos de heróis e dragões que gostavam de me contar, ao som da bandinha furiosa.

Cada vez mais me convenço que voltar a Caicó na época da festa da padroeira é ser criança outra vez, é redescobrir a magia em cada detalhe, sentir a liberdade no ar, deixando que a alegria preencha cada momento, reencontrando apenas não um lugar, mas parte de mim que jamais se perdeu, um pedaço de eternidade onde a felicidade sempre encontra seu lar.

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