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Nº 5790
Opinião

Hino ao amor .

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Por Alberto Rostand Lanverly - presidente da Academia Alagoana de Letras | Edição do dia 31/07/2024 - Matéria atualizada em 31/07/2024 às 04h00

Para mim, acompanhar a abertura dos Jogos Olímpicos sempre foi experiência repleta de alegria, por entender tratar-se de espetáculo multifacetado, que une pessoas de todas as partes do globo, celebrando diversidade cultural e excelência esportiva, simbolizando união e paz entre os povos e destacando o orgulho e a esperança de cada nação.

Neste ano, apesar da chuva que castigou a Cidade Luz, não somente Zinedine Zidane e outros atletas que fizeram história me encantaram, mas também Celine Dion, quando com sua voz poderosa ofereceu ao evento toque especial, enchendo o entorno da sempre iluminada Torre Eiffel e todo o planeta de energia e emoção.

Na inesquecível cerimônia acontecida em Paris, a canadense emocionou e eletrizou o público, interpretando “Hino ao Amor”, de Édith Piaf, composição que lembra a força do mais sincero dos sentimentos, onde cada verso é uma promessa solene, declaração de devoção que não conhece limites. O amor, nesse canto, é um poder avassalador que desafia a própria existência, capaz de resistir a todas as adversidades e de fazer renascer das cinzas, como uma fênix, fortalecendo a liberdade, fraternidade e igualdade.

Encerrados os festejos inaugurais do secular evento esportivo, pensei na realidade do cotidiano. Em qualquer comunidade os argumentos pregados na canção e nos princípios defendidos pelo Barão de Coubertin deixam de possuir a robustez necessária, manifestando-se pela falta de colaboração e busca incessante por reconhecimento pessoal de alguns.

Muitas vezes, atitudes de respeito ao próximo e a instituições a que pertencem só se tornam visíveis quando holofotes iluminam suas faces, quando então eles aparecem, revelando motivações que são mais sobre autopromoção, do que pelo bem-estar coletivo; se não existirem aplausos, não acontece participação, uma vez que tais criaturas priorizam o “eu” em detrimento do “nós”.

Que bom seria que tais pessoas não almejassem somente a luz dos elogios quase sempre falsos. Só assim uma comunidade pode florescer. Como nos esportes coletivos, a verdadeira força residirá na capacidade de seus membros trabalharem juntos, colocando o bem comum acima de expectativas egoístas, construindo resultados sólidos e transformadores.

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