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Nº 5821
Opinião

Ser médico nos dias atuais .

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Por MILTON HÊNIO - médico e membro do Conselho Estratégico da Organização Arnon de Mello | Edição do dia 19/10/2024 - Matéria atualizada em 19/10/2024 às 04h00

Nessa sexta-feira, 18 de outubro, foi comemorado o Dia do Médico. Grandes e profundas são as transformações pelas quais a sociedade vem passando nestes últimos 30 anos. São Lucas, o padroeiro dos médicos, sempre dizia “a medicina é eterna pois vive da dor e do sofrimento humano”.

O mundo atual, com a sua célere corrida, vem deixando marcas profundas, particularmente na área médica que enfrenta grandes desafios. Porém, devemos considerar que houve progressos notáveis nas ciências médicas; as doenças são cada vez mais detectadas por aparelhos ultra modernos.

Nos dias de hoje, face ao aumento vertiginoso da informação, o conhecimento universal e sábio deu lugar ao especialista cada vez mais dedicado ao seu ramo da medicina.

Antigamente haviam os Institutos isolados (IAPI, IAPC, IAPTEC, IAPM, IAPB) e a figura do indigente. Todos eram muito bem atendidos não só pelos médicos como pelos hospitais. Havia uma satisfação geral. Hoje o órgão da saúde conhecido de todos nós é o SUS que atua junto à população e, a duras penas, oferece sua assistência médica que não é aquela que o povo quer ou merece receber.

E o médico de hoje, salvo raríssimas exceções, perde-se em meio à luta pela vida, girando atordoado entre pacientes, hospitais, consultórios, reuniões científicas, restringindo sua vida pessoal e familiar.

Que o médico em qualquer idade, penetre pois, o fundo das almas e dê sempre aos que sofrem a transfusão da sua amizade, ao lado da técnica e de sua arte. O médico, apesar de tudo e muitas vezes sem condições dignas de trabalho, ainda detém em suas mãos uma das mais importantes, se não o maior de todos os desígnios, que é a sua capacidade de curar.

Os médicos estão aí em número cada vez maior, espalhados por todo o Brasil, mas o que preocupa é que o número de doentes aumenta assustadoramente, fazendo com que ele corra para atender a todos sem ter o tempo suficiente de conversar com cada um como desejaria, promovendo a transferência do seu afeto tão importante para o bem estar do paciente.

Humanizemos, portanto, a medicina para que a solidariedade e o apoio façam manter acesas sempre o fogo sagrado dessa grande profissão.

O grande clínico brasileiro Clementino Fraga, dizia: “Bem aventurados os que amam a Medicina e fazem dela a razão de ser de suas vidas”.

Em meu nome e de todos os componentes da Academia Alagoana de Medicina, parabenizo a todos os médicos de Alagoas.

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