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Nº 5828
Opinião

O crime compensa

| JOSÉ FIRMINO DE OLIVEIRA * Desde quando tomei consciência das coisas que me rodeiam nesta vida, tenho convivido com o ditado popular de que “o crime não compensa”. Essa foi a lição recebida em casa e na escola. Ah! Certamente que na escola de ontem, vi

Por | Edição do dia 23/07/2008 - Matéria atualizada em 23/07/2008 às 00h00

| JOSÉ FIRMINO DE OLIVEIRA * Desde quando tomei consciência das coisas que me rodeiam nesta vida, tenho convivido com o ditado popular de que “o crime não compensa”. Essa foi a lição recebida em casa e na escola. Ah! Certamente que na escola de ontem, visto que a escola de hoje não oferece esse tipo de educação e segundo as estatísticas, também não se mostra eficiente em relação ao seu conteúdo pedagógico. Antigamente todos respeitavam a Justiça, o Ministério Público e a polícia. Ser preso ou responder a um processo eram motivos suficientes para envergonhar qualquer pessoa. Hoje as coisas mudaram. O ladrão não é mais aquele sujeito malvestido, descabelado, rosto em forma de triângulo, mandíbulas grandes e largas, enfim, o criminoso nato de Lombroso. Os ladrões de hoje andam bem-vestidos, moram em boas casas, passeiam em bonitos automóveis e estão entre jovens das classes média e alta e poderosos senhores, muitos deles detentores de mandatos políticos, especialistas em roubar desde a consciência dos seus incautos eleitores, até os recursos públicos destinados à merenda escolar. Tenho pra mim que o Brasil está vivendo um dos piores momentos da sua história. O Estado brasileiro é ausente nas favelas dos pequenos, médios e grandes centros urbanos. Os sistemas de saúde e de segurança não funcionam estão sucateados, falidos, imprestáveis. A polícia não tem feito outra coisa, senão prender políticos e outras autoridades, todos envolvidos com os mais variados tipos de crimes. Os cidadãos honestos e trabalhadores são presas fáceis para os marginais comuns que a cada dia se tornam mais violentos e se multiplicam feito insetos e os colarinhos brancos continuam roubando à luz do dia e, às vezes, recebendo os benefícios de uma caneta amiga. Ninguém teme mais a cadeia que, invariavelmente, tem sido abrigo seguro para bandidos de todas as espécies. As autoridades estão fragilizadas, desrespeitadas e quase dispensáveis. Vê-se, assim, que estamos quase no fundo do poço e alguma atitude deve ser tomada. Não dá mais pra ficar vendo o dinheiro público sendo impunemente roubado pelos bandidos burgueses, enquanto as pessoas são seqüestradas, violentadas e mortas pelos bandidos comuns. Não dá mais pra continuar aceitando essa forma de combate à violência, onde os políticos criminosos desfrutam de privilégios e os marginais comuns reclamam direitos humanos, como se humanos fossem. Isso tem que acabar, porque senão o crime continuará compensando no Brasil. (*) É jornalista.

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