História
Construtores de Alagoas LXXXII

“Sou mulher e agradeço por tamanha dádiva, porque nasci da lucidez de Deus e do amor do homem, e, sendo apenas um átomo no Universo, tornei-me digna de viver. E mais do que isso, busco a perfeição porque tenho consciência de que sou eu quem vai gerar o mundo de amanhã”. Pensamento erudito da renomada escritora Heliônia Ceres de Melo e Motta, licenciada em Letras Neolatinas, Faculdade de Filosofias do Recife (1952), fez curso de Especialização em Língua e Literatura Italiana, no Instituto Italiano de Cultura, Rio de Janeiro (1964).
Nas suas múltiplas atividades professorais, foi diretora responsável pela Gazeta Feminina (1953-55), professora de Língua Francesa do Colégio Sacramento (1953). Por outro lado, Heliônia Ceres foi chefe do Departamento de Letras Neolatinas do Instituto de Letras e Artes da Ufal (1972), integrante do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, membro do Grupo Literário Alagoano. Além de membro do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas e da União Brasileira de Escritores de SP. E ainda, membro da Academia de Letras e Artes do Nordeste e da Academia Alagoana de Letras, bem como de outros sodalícios de relevo.
Produziu Contos nº 1 (1967), Contos 2 (1968), Contos 3 (1975), Reflexões (1977), Guimarães Passos (1978), Alagoanos Ilustres (1978), Contos - Coletânea (1981), Rosália das Visões (1984), Cabras-Machos (1989), A Procissão dos Encapuzados (1989), O Conclave (1994), Octávio Brandão (1998), Linda Mascarenhas (1998).
A Mestra Heliônia Ceres de Melo e Motta notabilizou-se quer como professora da Ufal, quer nos meios literários durante sua profícua vida. Dir-se-ia escritora eclética que honrou as instituições a que pertenceu.
Colaborou na Gazeta e noutros matutinos de sua época. Foi, sem dúvida nenhuma, uma intelectual de grandeza e de rara sabedoria. Diria, que a escritora em epígrafe, cumpriu com a toda ênfase os pré-requisitos exigidos para lecionar a disciplina Língua Neolatina e outras atividades intelectuais que constituíram a sua rara inteligência.