Junqueiro
A Justiça como Equidade e a Imparcialidade do juiz Lenine: Uma Análise à Luz de Hannah Arendt – II/II

A história do juiz Antônio Lenine Pereira, em Junqueiro, Alagoas, exemplifica a busca pela justiça como equidade, um conceito central na filosofia de Hannah Arendt. Arendt defendia que a justiça não se resume à aplicação fria da lei, mas exige um equilíbrio que considere a singularidade de cada caso e a pluralidade da condição humana.
No caso do juiz Lenine, a pressão da matriarca e o apelo emocional da situação colocaram em xeque sua imparcialidade. No entanto, ele demonstrou que a verdadeira justiça exige a superação de laços pessoais e a busca por um julgamento equitativo. Sua famosa frase — “juiz não tem pai nem mãe” — ecoa a ideia de que a justiça deve ser cega, sem se deixar influenciar por relações familiares ou amizades.
A atitude do juiz Lenine reflete a concepção de Arendt sobre a ação humana no espaço público. Ao se recusar a ceder à pressão, ele agiu com responsabilidade e compromisso com a lei, demonstrando que a justiça é um processo contínuo de ação e diálogo. Sua decisão de analisar o caso com imparcialidade, mesmo diante do apelo emocional da mãe, revela a importância da responsabilidade individual na construção de uma sociedade justa.
A mãe do juiz Lenine, Corina Pereira, compreendeu a mensagem do filho e nunca mais interferiu em seu trabalho. Sua atitude demonstra a importância do apoio familiar àqueles que buscam a justiça, mesmo que isso signifique abrir mão de privilégios pessoais.
A história dele nos convida a refletir sobre a importância da imparcialidade e da equidade na administração da justiça. Sua conduta exemplar nos mostra que a verdadeira justiça exige coragem, integridade e compromisso com a lei, mesmo diante de pressões e apelos emocionais.
Arendt nos alerta sobre os perigos do totalitarismo, que busca eliminar a pluralidade e a espontaneidade da ação humana. A justiça, nesse contexto, torna-se impossível. A história do juiz Lenine, por outro lado, nos mostra que a justiça é possível quando os indivíduos agem com responsabilidade e compromisso com a lei, defendendo a pluralidade e a liberdade no espaço público.
Em um mundo cada vez mais complexo e globalizado, a busca pela justiça como equidade se torna ainda mais relevante. A história do juiz Lenine nos inspira a construir sociedades mais justas e democráticas, onde a lei seja aplicada com imparcialidade e equidade, garantindo a todos o direito a um julgamento justo.