Sucessos naturais

Uma boa nova em termos de economia & meio ambiente: desponta, finalmente, dentre incontáveis exemplos pouco práticos, que misturam falácias com declarações de nobres intenções, dois empreendimentos brasileiros identificados como ecológicos e rentáveis. AmazonLife e Valexport são dos dois empreendimentos laureados. Situados na Amazônia e no Nordeste, foram atestados como vitoriosos num relatório feito por órgãos da ONU (Pnud e Pnuma), Banco Mundial e uma entidade identificada como Instituto de Recursos Mundiais. Ambos empreendimentos foram considerados como “exemplos de uso de recursos naturais que melhoram a vida dos pobres” e destacados por “aliarem conservação ambiental e geração de renda”. O primeiro fica na Amazônia e produz um tipo de “couro vegetal à base de látex natural, usado na confecção de itens como bolsas, malas, pastas e chapéus”; o estudo esclarece que “os produtores das peças são co-proprietários da patente do produto” e que “em 2006, cerca de 200 famílias forneciam borracha para o tecido, e vendiam 40 mil folhas de borracha laminada por ano, a um preço dez vezes superior ao que os produtores locais recebiam antes”. O caso nordestino está localizado entre Petrolina (PE) e Juazeiro (BA). Segundo a pesquisa, produz “melões em alto nível(...). A criação da associação foi uma reação a um processo ocorrido na década de 80, quando o cultivo de melões atraiu agricultores sem experiência, o que diminuiu a qualidade do produto. A estruturação da Valexport foi uma iniciativa dos próprios produtores e fez com que a qualidade da produção e as vendas crescessem novamente”, etc. Ótimo que assim seja, pois saco vazio não se mantém em pé, reza a filosofia naturalmente popular. Exemplos como esses apresentam um caminho real de união da teoria ambiental com a indispensável sobrevivência econômica.