Potencial ancorado

Ontem, prefeito da capital, governador do Estado, secretários, jornalistas e empresários foram (muito bem) recebidos à bordo de um navio de luxo que fará, periodicamente, a rota Maceió/Rio de Janeiro, em mais uma entusiasmante inciativa de revigoração do turismo em nosso Estado. Navio luxuoso, serviço de primeira qualidade, turistas encantados com a visão panorâmica de Maceió a partir da enseada de Jarguá. Linda cena, até porque a purulenta foz do Salgadinho, ferida aberta naquele cenário, não estava perceptível a olho nu. Sol de verão a pino, céu límpido em azul imaculado e mar tranqüilo, espetaculo à parte, em suas colorações de turquesa ondulante em marolas educadas. Uma maravilha. Porém, essa visão desvanece quando os olhos do turista, ou nativo, miram no porto desprovido de equipamentos minimamente justificáveis para acolhimento de passageiros. Desembarca-se da mesma forma que os fardos, transitando por pisos irregulares, montes de metralha e outros materiais de construção, guindastes, tratores, caminhões e tudo mais absolutamente necessário a um porto de carga. Salta à vista a necessidade urgente de um terminal de passageiros, demanda presente em muitos discursos de autoriades e empresários atentos ao setor turístico. Vamos lutar por esse equipamento, já. Mas, enquanto batalhamos bravamente por esta meta, algo precisa ser feito para melhor acolher quem desembarca e mais gentilmente atender a quem embarca. Uma simples tenda, limpa e bem armada, já faz diferença. O disciplinamento do receptivo (eficientemente executado pelas empresas locais) igualmente ajuda (deve-se evitar a proliferação de camelódromos “de artesanato” e que tais), assim como deve ser mais organizado o serviço de táxi. Medidas simples e práticas, produtivas, para não esperarmos “sentados” o terminal desejado.