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O Natal e a bolsa de valores

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Cai a bolsa dos Estados Unidos; cai a bolsa de Tóquio; cai a bolsa de Frankfurt; cai o índice Dow Jones; cai a Bovespa; cai, cai... A economia global anda turbulenta, ameaçada. A recessão americana assusta o planeta. Este acontecimento respinga no mundo inteiro. A derrocada esteve a um passo de se instalar. Foi então que governos, bancos centrais, instituições financeiras começaram a soltar dinheiro. Injetaram e estão monitorando o estrago que a tragédia das bolsas causou estimulada por incompetência e irresponsabilidade. Bilhões, trilhões foram mobilizados. Vai ser o Natal das “bolsas vazias”! Vai ser o Natal das bolsas em queda! Milhares de pessoas tiveram prejuízos incalculáveis. Nos próximos anos serão milhões de desempregados no mundo. Li, semanas atrás na revista Veja, um artigo da brilhante escritora Lya Luft, com o qual muito me identifiquei. Serve de reflexão, sobretudo, nesta época natalina. Ela aborda a fome de milhares de pessoas que deixariam de morrer, se parte dos milhões da bolsa fossem destinados às ações sociais. Desabafa: “Com que artifício psicológico conseguimos sobreviver diariamente, dormir, sonhar, enquanto milhões morrem por lhes faltar o mínimo, o mais essencial e simples” e continua: “Crianças esqueléticas cobertas de moscas, que, com o olhar vidrado, ainda respiram, enquanto bilhões circulam, trilhões, em bolsos e bolsas privilegiados. Mas nós continuamos vivendo”... Vou mais adiante: em nome da paz se faz guerra. No Iraque, Afeganistão, Caxemira e inúmeras outras regiões, militares e civis morrem diariamente. Armas mortíferas são priorizadas. Gasta-se milhões e bilhões. Mata-se e mata-se! Freqüentes notícias de atentados terroristas vitimando inocentes parecem já não nos escandalizar. O mundo está em crise? Sim, o mundo está em crise. Crise de consciência, crise de solidariedade, crise moral. A gincana financeira globalizada nos faz constatar: dinheiro existe! Aparece em todos os segmentos financeiros. Bilhões e trilhões existem para agilizar as bolsas e salvar bancos. Não para crianças e famílias carentes. Não para a saúde. Não para a educação. Há verbas para guerras. Há verbas para armas. Há verbas para propagandas eleitorais e governamentais. Há verbas para comprar consciências! É Natal! Que os líderes mundiais tenham competência e seriedade necessárias aos que comandam. Acordem com a sabedoria dos Justos e a generosidade do Papai Noel. Feliz Natal! (*) É médica e empresária de Turismo.

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