Hora de crescer
Às vésperas do Natal, a economia brasileira teve mais uma boa notícia: a redução da inadimplência do consumidor brasileiro, que diminuiu em 3,9%, em comparação entre novembro de 2008 e novembro de 2009, numa queda considerada a mais expressiva em dois ano
Por | Edição do dia 20/12/2009 - Matéria atualizada em 20/12/2009 às 00h00
Às vésperas do Natal, a economia brasileira teve mais uma boa notícia: a redução da inadimplência do consumidor brasileiro, que diminuiu em 3,9%, em comparação entre novembro de 2008 e novembro de 2009, numa queda considerada a mais expressiva em dois anos e meio de acompanhamento. Segundo a Serasa, a queda no índice de inadimplência se deve ao crescimento no número de empregos formais, associado ao pagamento da primeira parcela do décimo terceiro, que alguns usaram para saldar dívidas. Merece atenção, especialmente em tempos de recuperação pós-crise global, obter-se maior redução na inadimplência em 30 meses. Em primeiro lugar, essa marca pode expressar confirmação da solidez do rumo de crescimento da economia brasileira por meio de inegável aumento da geração de emprego e renda (o que possibilitou a número expressivo de pessoas condições para saldar dívidas). Em segundo lugar, essa constatação, associada à informação complementar de que, no acumulado do ano, a inadimplência cresceu 6,8%, faz acender sinal de alerta para que novas e e ainda mais consequentes medidas econômicas sejam tomadas,a fim de que esse processo de crescimento não venha a arrefecer, pois o perigo continua a bater na nossa porta. Inegável é a recuperação brasileira frente à crise global; inegável a retomada, ainda que tímida, do processo de crescimento econômico; mas, igualmente, não se pode negar a necessidade urgente de implementação de políticas públicas destinadas a incentivar a geração de empregos. Sem a abertura de novos postos de trabalho, o agravamento dos problemas sociais tende a comprometer o bem-sucedido esforço de recuperação econômica. A contradição entre a subida e descida, praticamente simultâneas, dos índices de inadimplência do consumidor brasileiro é indício de que algo vai errado em nosso País.