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Execução de avó e 2 netos vira mistério

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MAIKEL MARQUES Repórter Piaçabuçu - A execução à queima-roupa, com tiros na cabeça, da servidora federal aposentada Istelina Feitosa de Cerqueira, 65, e de seus dois netos, Pablo Rafael Feitosa, 22, e Ramatis Iracuan Feitosa, 17, naturais de Roraima, causou comoção no pequeno povoado de Penedinho, em Piaçabuçu. Os autores do crime invadiram a residência da aposentada, de onde roubaram eletrodomésticos. Em seguida, as vítimas foram obrigadas a caminhar um quilômetro até o cenário da execução, ocorrida em estrada de barro a 100 metros da AL-101 Sul. As primeiras informações da Polícia Civil indicam que o crime pode ter sido praticado por volta das 3 da madrugada de ontem. Eles foram obrigados a se deitar e depois fuzilados com tiros à queima-roupa. O crime foi praticado com absoluta crueldade, disse um policial envolvido na investigação. Istelina era técnica administrativa da Área de Proteção Ambiental (APA) do Peba, em Piaçabuçu, segundo confirmou à Gazeta Albertino Tenório de Cerqueira, seu filho. Ela estava aposentada há um mês. E já se preparava para deixar a cidade, explicou Albertino. Ela me disse dias atrás que vinha sendo ameaçada e por isso cogitava deixar Alagoas para retornar a Roraima, onde residem seus familiares. Só não quis entrar em detalhes, nem também dizer quem vinha lhe tirando o sossego, explicou um advogado, que pediu anonimato de sua identidade. O crime pode estar ligado a seu neto Pablo Rafael, que já tinha sido preso por assalto à mão armada. ### Juiz diz que aposentada morta sabia demais O juiz Maurício César Breda, da comarca de Piaçabuçu, considerou o crime uma afronta à lei e um desafio ao trabalho das autoridades. O magistrado afirmou à Gazeta que a morte da aposentada e de seus netos precisa ser apurada com rapidez. Exigimos apuração ampla e rigorosa das autoridades policiais. Isso não ficará impune de jeito nenhum, avisou o juiz, segundo o qual a aposentada iria depor ainda esta semana sobre o crime do qual seu neto era acusado. A aposentada sabia demais. Ela seria convocada para depor e certamente abriria o jogo sobre o envolvimento de seu neto na invasão da emissora de rádio, diz o magistrado. A reportagem da Gazeta também teve acesso ao depoimento de Fábio Bibiano Cardoso, que serrou o cadeado da delegacia de Piaçabuçu e fugiu para Neópolis (SE), onde foi capturado e transferido para Piaçabuçu. Acusado de tráfico de maconha e condenado em Sergipe por porte ilegal de arma de fogo, Fábio Bibiano, o Tutano, confirmou participação no roubo e surpreendeu a polícia quando passou a acusar a aposentada Istelina de tê-lo contratado para invadir a emissora de rádio. Bibiano disse, ainda, no depoimento ao poder Judiciário, que Pablo estaria sendo ameaçado pelo proprietário da rádio, Lenilson Pinheiro. Ainda no depoimento, Tutano diz ter recebido da aposentada o dinheiro do serviço. Diz também não saber por que Pablo incriminou Ricardo Góes Martins, apontado pelo MP como mandante da invasão. Agentes da Polícia Civil não confirmam, mas também não descartam a veracidade das informações prestadas por Fábio Bibiano. Para o juiz Maurício César Breda, a aposentada Istelina Feitosa sabia demais e certamente revelaria quem tinha interesse em sua morte. |MM ### Assalto a rádio por neto teria sido o estopim O delegado de Piaçabuçu, Emanuel David, responsável pelo inquérito, não revelou informações conclusivas sobre possíveis suspeitos e motivo do crime, mas agentes investigam a ligação da execução com o crime de roubo praticado por Pablo, em 2003. Ele e Fábio Cardoso são acusados de invadir e roubar equipamentos de transmissão da Rádio Comunitária Porto Belo FM, instalada em Penedinho. Cópia da ação movida pelo promotor de Justiça Fábio Vasconcelos, propondo ação penal contra Pablo, Fábio e Ricardo Góes Martins, este acusado de ter contratado Pablo por R$ 500 para invadir a rádio e roubar os equipamentos: amplificador, transmissor e aparelhos de reprodução de CD. Ainda de acordo com documento do MP, de janeiro de 2004, Góes teria tido um desentendimento comercial com Lenilson Pinheiro Ramos, dono da rádio. Acertado o valor do serviço, Pablo teria contratado por R$ 250 o amigo Bibiano para invadir a emissora de rádio. O vigilante da rádio, José Lúcio Soares, foi agredido por Fábio, com cano de espingarda, e por Pablo Rafael, com um facão. Com base no depoimento do vigilante, a polícia identificou os invasores, mas só conseguiu prender Pablo. No dia 13 de novembro de 2003, ele prestou depoimento ao delegado Sandro Marcelo e confirmou ter praticado o crime a mando de Ricardo, que teria sido funcionário da emissora invadida. |MM

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