Balas perdidas continuam fazendo vítimas em Maceió

BLEINE OLIVEIRA Repórter O alagoano começa a enfrentar um tipo de violência que até então só via no noticiário de TV. Os casos de vítimas de bala perdida, realidade dos grandes centros urbanos como o Rio de Janeiro e São Paulo começam a aparecer nas favelas e grotas de Maceió, assustando a população. Esta semana duas crianças foram atingidas por disparos de armas de fogo, transformando-se em vítimas das gangues de marginais que têm infernizado a vida dos moradores da periferia. Gritos Por volta das 19h da última quinta-feira, a dona-de-casa Laudicélia Silva dos Santos, 24, residente na Grota da Alegria, foi à padaria com os dois filhos. Antes que pudesse deixar o estabelecimento com a mercadoria que fora comprar, ouviu um disparo e um homem mandando todos se abaixarem. Foi de repente. Ouvi o tiro, eles anunciando o assalto. Agarrei meus filhos para tentar protegê-los, conta a dona-de-casa. Segundo Laudicélia, tudo aconteceu rapidamente. Além dos disparos ela ouviu o barulho de vidro se quebrando, um dos homens entrando e exigindo a gaveta do caixa. Uma jovem que estava ao seu lado se assustou com a ordem para se abaixar e deixou cair o telefone celular, que lhe foi tomado pelos assaltantes. ### Sem dados, PM diz que casos são raros Mesmo preso, Sandrinho, terror da Grota da Alegria, continua atemorizando moradores A Polícia Militar de Alagoas não tem informações estatísticas sobre os casos de pessoas atingidas por balas perdidas no Estado. Quase não acontece, diz a tenente-coronel Cláudia Maria Silva, da assessoria do comando geral da PM. Mesmo assim, fatos como os relatados acima têm ocorrido com freqüência. Apesar de não haver registros oficiais, a população tem reclamado da ação de marginais de canto a canto do Estado, mas, principalmente, na capital. Ao agir, em boa parte dos casos sob efeito de drogas, os delinqüentes costumam disparar suas armas sem preocupação com o alvo que podem atingir. Os tiroteios entre marginais e a polícia, ou mesmo entre gangues, costumam deixar como vítimas moradores das grotas e favelas. Nessas áreas da cidade, o número de pessoas inocentes atingidas tem sido maior a cada dia. BL ///