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Nº 5874
Polícia

PM evita briga de artes�os e advogado

REGINA CARVALHO Repórter Em meio aos escombros do incêndio da última terça-feira, 27, que consumiu todas as 230 lojas do pavilhão do Cheiro da Terra, os artesãos tentam superar o drama e o prejuízo e permanecem de vigília no local. Sem perder temp

Por | Edição do dia 30/12/2005 - Matéria atualizada em 30/12/2005 às 00h00

REGINA CARVALHO Repórter Em meio aos escombros do incêndio da última terça-feira, 27, que consumiu todas as 230 lojas do pavilhão do Cheiro da Terra, os artesãos tentam superar o drama e o prejuízo e permanecem de vigília no local. Sem perder tempo, até que seja oferecida outra área para que possam comercializar os produtos, alguns deles já voltaram a expor os produtos que salvaram para venda. Mas o clima continua tenso. Ontem, a polícia foi chamada para evitar o confronto entre os artesãos e Adriano Avelino, advogado do empresário Eduardo Jorge Costa, o Robot, apontado pelos expositores como responsável pelo incêndio. O tenente-coronel do Corpo de Bombeiros (CB) Luiz Antonio Honorato intercedeu e pediu que o advogado deixasse o local, para preservar sua integridade física. Escavações No segundo e último dia de perícia, o tenente-coronel Honorato ouviu dois eletricistas. Foi acionado o pessoal do grupo de resgaste para fazer escavações em alguns pontos, onde foram encontrados ainda alguns focos de incêndio. O objetivo, segundo Honorato, é ter informações mais detalhadas. “Trabalhamos com mais cuidado entre o museu e a administração, que foi o local mais destruído pelo fogo”, informou Honorato. Diante da pressão dos artesãos para reaver parte do material que ainda poderia estar nos escombros, o tenente-coronel autorizou que, após a realização dos trabalhos feitos pelos técnicos, eles poderiam entrar aos poucos. “Esse local ainda representa risco. Alguns integrantes do Corpo de bombeiros furaram os pés porque tem muito vidro e ferro no chão. É preciso ter cuidado”, avisou. Ele informou que poderia pedir reforço à polícia. O major do CB Paulo Marques disse que existem pelo menos três linhas de investigação sobre o incêndio. “Ainda estamos trabalhando e estabelecendo a zona de origem. O incêndio pode ter sido causado por curto-circuito; de forma criminosa ou mesmo por causa de uma ação que pode ter acontecido sem a intenção de causar o problema, como algum equipamento que tenha ficado ligado”, disse o major do CB. Ele reforçou que as informações colhidas ontem trouxeram novidades, como um barulho que foi ouvido antes do incêndio e um cheiro estranho sentido por algumas pessoas. O advogado Adriano Avelino disse que o empresário Eduardo Jorge está aguardando o laudo pericial. “Ele está sob orientação do escritório e ainda está muito abalado com o que aconteceu”, contou. Nesse momento em que concedia entrevista, os artesãos se aproximavam e se iniciava outra discussão. ### Vendas recomeçam no meio das cinzas Na parte externa do Cheiro da Terra, a artesã Maria Aparecida Rossato pediu a ajuda dos colegas e expôs algumas peças produzidas por ela, que ainda restaram depois do incêndio que causou prejuízo a 230 artesãos. “Essa foi uma maneira que encontrei de mostrar que a gente precisa continuar trabalhando. Mostrar que precisamos de um local. Estamos esperando um espaço e uma linha de crédito para recomeçar”, destacou. Desde o incêndio, quatro policiais militares fazem a segurança do prédio. O acesso é autorizado apenas ao Corpo de Bombeiros. “Algumas pessoas já estão começando a ficar revoltadas. Hoje (ontem) teve gente que chorou. Queremos uma solução”, lembrou Zuleide de Araújo. Ela ressaltou que o prejuízo foi bem maior porque muitos artesãos compraram muitas peças para revender nos meses de janeiro e fevereiro, quando aumenta o fluxo de turistas na capital. Mercadoria queimada “Queríamos ficar num lugar onde a gente pudesse aproveitar para trabalhar os próximos dois meses. Já pedimos à vice-prefeita (Lourdinha Lyra) pelo menos toldos e banheiros, que poderiam ser colocados aqui mesmo. Nós queremos é trabalhar”, acrescentou. A artesã lembrou que muitos que tiveram prejuízo tinham comprado há pouco tempo mercadoria em outros estados. “Tinha mercadoria que ainda estava embalada e foi totalmente perdida”, lamentou. Ontem, faixas e cartazes pedindo atenção das autoridades para resolver o problema cercavam o Cheiro da Terra. Enquanto alguns artesãos permaneciam acampados no local, outros iam buscar alimentos, água e objetos para que passem a noite. Com a promessa de que o prejuízo pode ser amenizado com o remanejamento para outras áreas, os artesãos contabilizam o que perderam e tentam fazer planos de como será daqui para frente sem a principal fonte de renda. “Nosso movimento era ótimo, porque a gente ficava próximo de grandes hotéis. Vinham muitos turistas aqui. Acho que para mais de 30 artesãos começarem o trabalho com o valor de apenas R$ 1 mil já seria suficiente para se reerguer”, ressalta Zuleide de Araújo. A cada aproximação dos técnicos do CB, os expositores tentavam negociar uma forma de buscar algo que poderia ser resgatado dos escombros. |RC

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