Motorista deixa pris�o escoltado por PM
MARCOS RODRIGUES Repórter Após matar três pessoas e provocar ferimentos em sete num acidente de trânsito no último domingo, em frente ao Shopping Iguatemi, o comerciante Anderson Clayton Fernandes dos Santos, 30, deixou a cadeia ontem. Ele saiu
Por | Edição do dia 16/02/2006 - Matéria atualizada em 16/02/2006 às 00h00
MARCOS RODRIGUES Repórter Após matar três pessoas e provocar ferimentos em sete num acidente de trânsito no último domingo, em frente ao Shopping Iguatemi, o comerciante Anderson Clayton Fernandes dos Santos, 30, deixou a cadeia ontem. Ele saiu do prédio com uma toalha cobrindo o rosto e foi escoltado por policiais militares sem uniforme, mas armados. As vítimas foram atingidas pelo carro do comerciante, uma caminhonete Hylux de cor branca que invadiu o ponto de ônibus. Anderson Clayton estava preso desde o último domingo, quando foi autuado em flagrante e teve confirmado seu estado de embriaguez. Ele foi solto depois de pagar fiança de R$ 9.305,60, estipulada pelo juiz da 14ª Vara de Delitos de Trânsito, Roldão Oliveira Neto. Quatro homens fizeram a segurança de Anderson Clayton. Um deles fez questão de mostrar que portava uma pistola. Os seguranças, reconhecidos como policiais militares, estavam num veículo Celta de cor prata, que seguiu a caminhonete que levou o comerciante. A família dele também estava na frente da delegacia do 6º Distrito, em Cruz das Almas, mas foi orientada a se afastar para evitar a imprensa. Anderson Clayton deixou o prédio da delegacia acompanhado do advogado Euzébio de Omena. Ele havia adiantado que não falaria com a imprensa porque ainda não se sente em condições psicológicas, argumentou o advogado. O destino de Anderson Clayton não foi revelado, mas especula-se que ele ficará uma temporada na casa de sua sogra. A decisão foi tomada depois que vizinhos do comerciante revelaram detalhes de seu comportamento, considerado agressivo, no condomínio onde reside. Penalidade O juiz Roldão Oliveira determinou a suspensão da carteira de habilitação de Anderson Clayton, que terá até 48 horas para entregar o documento à Justiça. Segundo o juiz, a suspensão cautelar deverá permanecer enquanto durar o processo. A defesa do comerciante antecipou, ontem, que vai pedir uma perícia no veículo guiado pelo comerciante no dia do acidente, antes que ele seja convocado para depor. O objetivo é encontrar elementos que justifiquem o acidente. O delegado Fernando Tenório, que preside o inquérito, tem 30 dias para concluir as investigações e remeter o relatório à Justiça. Mesmo que seja condenado à pena máxima, seis anos, Anderson Clayton não ficará preso. Para estes casos, a lei recomenda a aplicação de pena alternativa. Não há prisão preventiva para crimes sem intenção de matar. E, mesmo que eu o condene à pena máxima, sou obrigado a determinar uma pena alternativa. Ou seja, ele não ficará na cadeia, disse o juiz Roldão, que criticou a legislação penal brasileira. Revolta O acidente ocorrido no último domingo à noite mobilizou equipes de resgate e provocou revolta na população. O pai de Israiane dos Santos Silva, de 8 anos, uma das três vítimas fatais do acidente, Cícero José da Silva, clamou por justiça no enterro da filha. Ele também saiu ferido. Até ontem à noite, Kelisson Franco, 20 anos, uma das vítimas do acidente, continuava internado em estado grave na Unidade de Emergência Armando Lages, no Trapiche da Barra. Ele é estudante de Fisioterapia e sofreu traumatismo craniano.