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Historiador sugere reflex�o sobre Independ�ncia para todas as classes

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FÁTIMA ALMEIDA Autonomia, ruptura, soberania, maioridade declarada, poder de decidir. Independência poderia ser definida com qualquer um desses termos. Melhor seria acrescentar a isso igualdade e bem-estar social, participação, cidadania e aí então comemorar os 180 anos de Independência do Brasil. Na opinião do historiador Douglas Apratto Tenório, a importância da Independência não pode se apequenar numa solenidade festiva em comemoração à data. É necessário refletir sobre a situação geral do País, e perseguir um processo permanente de aprimoramento que leve independência a todas as camadas sociais, para que ela seja plena. Lembrando o quadro de Victor Meireles que mostra o imperador Pedro I imponente, com suas tropas às margens do Ipiranga, simbolizando o grito da Independência, em contraste com a figura humilde de um carreiro que observa a cena perplexo, Apratto comenta: “É como se ele dissesse: será que isso também me diz respeito?”. Ele diz que o quadro de exclusão social simbolizado nesse quadro persiste, com uma grande massa que continua sem alcançar a soberania de seus direitos essenciais, embora uma minoria a tenha alcançado. Morte das injustiças A reflexão, na opinião do historiador, deveria começar pelo grito “Independência ou Morte”. Na realidade, ele deveria ser “Independência e Morte”, simbolizando a disposição de colocar um fim nas desigualdades sociais, nas injustiças, no trabalho escravo e outros itens que compunham o quadro social do Brasil já em 1822. Ele destaca que a Independência promoveu uma rearrumação política do País, mas os sonhos de muitos movimentos e revoluções que antecederam o ato de D. Pedro I continuam sendo construídos, geração após geração. “No século XX, por exemplo, muitos brasileiros morreram ainda em defesa da liberdade do País”, lembra Apratto. As comemorações ao 7 de Setembro, na opinião de Douglas Apratto, deveriam se estender até o dia 6 de outubro, quando o País vive mais uma eleição. “O processo eleitoral é uma das peças mais importantes para atingirmos a independência em sua plenitude. Ele alerta para a necessidade de que cada brasileiro tome consciência de seu papel e da importância dele e pense sobre a sua contribuição para um país mais livre e democrático. Apelo ao engajamento “A gente continua lutando por independência quando defende um País mais justo; o bem-estar social para todos; a redução da exclusão social; a igualdade. E faz parte desse processo a boa escolha dos nossos representantes”, reflete ele. Douglas destaca a necessidade de que sejam eleitos governos comprometidos com essas causas públicas e menos vulneráveis às pressões internacionais. “A independência política e financeira do Brasil precisa se completar e cada um de nós tem um papel nisso. É preciso nos perguntarmos se estamos contribuindo. Só assim vamos fazer a independência como queriam todos os sonhadores deste País”, conclui Douglas Apratto.

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