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Nº 5865
Política

Igreja Cat�lica quer participa��o nas elei��es

A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pretende participar ativamente das eleições deste ano. O órgão publicou um documento com orientações para suas comunidades a respeito do processo eleitoral. O objetivo é ajudar o eleitor na hora da escol

Por | Edição do dia 24/02/2002 - Matéria atualizada em 24/02/2002 às 00h00

A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pretende participar ativamente das eleições deste ano. O órgão publicou um documento com orientações para suas comunidades a respeito do processo eleitoral. O objetivo é ajudar o eleitor na hora da escolha de seus candidatos e alertar sobre o melhor perfil dos concorrentes, citando eixos que devem nortear a campanha deles. Segundo o presidente da Comissão de Formação Política da Arquidiocese de Maceió, padre Manoel Henrique, os principais tópicos destacados pela Igreja são: erradicação da fome, respeito aos direitos humanos e desenvolvimento sustentável. Desses eixos, a CNBB pretende elaborar metas concretas a serem cobradas dos candidatos. Entre elas, comportamento ético, compromisso com a distribuição de renda, reforma agrária, geração de empregos, superação da fome e da miséria, auditoria das dívidas externa e interna, revisão dos acordos com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e enfrentamento da questão do semi-árido. Conscientização “O trabalho que a igreja está desenvolvendo tem a finalidade de promover a conscientização e valorização da democracia brasileira. Nosso compromisso é estimular o eleitor para que a escolha do candidato se faça a partir do seu programa, do seu respeito ao pluralismo cultural e religioso, do seu comportamento ético e de suas qualidades, como honestidade, competência, liderança, transparência, vontade de servir ao bem comum. Além do seu compromisso com a justiça e com a causa dos marginalizados, com especial atenção a um programa de ação consoante com aquele proposto no documento da CNBB”, explicou o padre Manoel Henrique. Coligação Ele acrescentou que, em forma de conselho, as paróquias recomendarão aos eleitores que tomem cuidado com os partidos que incluem em suas listas líderes católicos, com a única função de somar votos à coligação partidária. “Os votos dados a tais candidatos contribuem para a eleição de políticos nem sempre merecedores de apoio”. De acordo com o religioso, o engajamento da igreja no processo eleitoral é uma novidade, mas a sua preocupação com o aspecto social, não. “A igreja católica tem uma doutrina social desde o papa Leão 13, que lançou um documento chamado: Rerum Novarum, que mostra à sociedade as exigências da igreja para o respeito à pessoa humana. Há mais de 100 anos que mantemos essa reflexão”, observou o padre. Mudanças Ele acrescentou que a Igreja Católica espera que os fiéis tenham consciência da responsabilidade do voto. “Nós vemos com bons olhos a ação política, mas condenamos os maus políticos. Desejamos uma situação de vida digna para o povo e temos esperanças de que o atual quadro social sofra sérias mudanças. Afinal, são 52 milhões de famintos no País e o Nor-deste é a região que possui o maior número de miseráveis”. Programas Para o padre Manoel Henrique, os três bispos de Alagoas devem assumir uma campanha de conscientização política, mas sem atrelamento a nenhum partido. “A igreja pode convocar os candidatos para exporem seus programas de governo aos padres e fiéis. Isso poderá ocorrer na Casa dos Cursilhos de Cristandade. A igreja não emitirá opinião sobre o melhor candidato, apenas proporcionará meios para que os eleitores católicos tenham acesso direto aos concorrentes, para que escolham o que melhor se adequa às suas idéias”, salientou. Este ano, em Alagoas, apenas um padre será candidato, concorrendo a uma vaga na Assembléia Legislativa.

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