AL lidera homic�dios de negros no Pa�s
Para cada uma pessoa não negra vítima de homicídio em Alagoas, 17,4 negros são assassinados no estado. É a maior proporção de negros mortos no País. O dado está na pesquisa Vidas perdidas e racismo no Brasil, elaborada pelo Instituto de Pesquisa Econômi
Por | Edição do dia 20/11/2013 - Matéria atualizada em 20/11/2013 às 00h00
Para cada uma pessoa não negra vítima de homicídio em Alagoas, 17,4 negros são assassinados no estado. É a maior proporção de negros mortos no País. O dado está na pesquisa Vidas perdidas e racismo no Brasil, elaborada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada ontem. Alagoas também é o estado com a maior perda de expectativa de vida entre homens negros. Aqui, eles deixam de viver 6,2 anos. No Espírito Santo, a perda é de 5,2 anos e na Paraíba, 4,8 anos. O estudo revela ainda que a taxa de homicídios de negros em Alagoas é a maior do País: mais de 80 são assassinados em cada grupo de 100 mil. O Ipea, nesta pesquisa, considera o grupo de negros a soma de negros e pardos e não negros, a soma da raça branca, amarela e indígena. Enquanto a taxa de homicídios entre negros em Alagoas ultrapassa a marca de 70 assassinados em cada grupo de 100 mil, a taxa de homicídios entre não negros não chega a 5. Em Alagoas, a diferença de taxas entre os dois grupos atinge a incrível marca de 76 por 100 mil negros, afirma o estudo do Ipea, que revelou a relação entre a vitimização da população afrodescendente com o racismo no Brasil. As populações mais vulneráveis socioeconomicamente são aquelas sujeitas a uma maior probabilidade de vitimização violenta, em face dos menores níveis educacionais, maiores dificuldades de acesso à Justiça e a mecanismos de solução de conflitos, menor acesso a mecanismos de proteção e, finalmente, menor flexibilidade para residir e frequentar lugares menos violentos, diz trecho da pesquisa, que também aponta a baixa oferta de trabalho à população negra, assim como a maior dificuldade de ascensão na carreira profissional como fatores que favorecem a maior vitimização entre os afrodescendentes no País em detrimento da população não negra.